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Mercado Externo

Rússia diminui importações

Sem apoio para Organização Mundial do Comércio, a Rússia reduz importação de carnes suína e de frango em 2012.

Rússia diminui importações

A Rússia vai reduzir em 32,2% a cota de importação de carne suína para 2012, e em 28,5% a cota de importação de carne de frango, ampliando a pressão sobre países exportadores que demoram em dar o apoio final para sua entrada na Organização Mundial do Comércio (OMC).

“Se não completarmos logo nossa entrada na OMC, as cotas vão cair mais, isso é claro”, disse ao Valor o principal negociador russo para a acessão na entidade global, Maxim Medvedkov, praticamente confirmando a estratégia de retaliação.

Ele confirmou que a cota de importação para carne de porco cairá em cerca de um terço, de 472,2 mil toneladas hoje para 320 mil toneladas no ano que vem. Haverá outra cota de 30 mil para partes especificas de porco.

No caso do frango, a cota declinará de 350 mil para 250 mil. Quanto à importação de carne bovina, a tendência no mercado é de manter o nível atual, até porque os russos não tem a produção interna necessária.

O primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, já tinha dado na sexta-feira o sinal de redução de cotas para 2012, vinculando indiretamente o fato à demora nas negociações na OMC.

“Estamos considerando outras opções nas negociações na OMC, mas que só serão possíveis em caso de um acordo geral que beneficie nossa industria”, afirmou Putin.

O tamanho das cotas a partir de quando a Rússia estiver dentro da OMC continua dependendo de negociações, que estão longe de serem completadas.

O problema envolvendo o acesso de carne suína no mercado russo está tomando uma dimensão cada vez maior. Agora, senadores americanos pediram para a Casa Branca endurecer as condições de acesso da Rússia na OMC, alegando que Moscou vem descumprindo o que tinha prometido aos produtores americanos.

Indagado sobre o embargo temporário na entrada de carnes procedentes de 85 frigoríficos brasileiros, Maxim Medvedkov insistiu que isso não tem vínculo com a negociação na OMC.

Está claro que os russos não dão nenhuma garantia de que, se chegarem a um entendimento na OMC, vão suspender o embargo. Como nada impede que suspendam as restrições, mas depois voltem a impô-las.

A Rússia está negociando em Genebra desde a semana passada com vários países. Outra discussão forte é sobre o volume de subsídios que os russos querem ter direito de continuar dando a seus agricultores, próximo dos US$ 8 bilhões por ano, bem mais elevado do que atualmente, a começar para a pecuária.