Ambiciosa, a Rússia divulgou nesta semana um plano de desenvolvimento agrícola que pretende findar a dependência do país por carne de outras localidades e transformá-lo em um grande exportador mundial.
Estimado em US$ 230 bilhões, o programa russo será implantado entre 2013 e 2020. Neste período, a Rússia quer passar de importadora para exportadora de carne suína e de frango. Para que isso aconteça, de acordo com as autoridades russas, a produção atual de carne no país precisa dobrar até o final do programa, chegando a 14,1 milhões de toneladas. “Em 2020, as exportações de carne de frango e suína devem chegar a 400 mil toneladas e 200 mil toneladas”, afirmam.
Atualmente o governo está investindo na reprodução dos animais no país e também planeja investir na produção de grãos, com a previsão 125 milhões de toneladas em 2020, sendo 41,5 milhões para exportação. Até o ano passado, a Rússia era a terceira maior exportadora de trigo.
Contraponto- Alguns analistas acham que as projeções podem ser exageradas. “O ministro está apenas fixando metas para o próprio governo, e os planos tendem a ser revisados com números menores. É necessário saber se o financiamento necessário para esse crescimento pode ser encontrado. Outro ponto é que, mesmo que a Rússia alcance níveis tão altos de produção, há grande dificuldade em garantir mercado para todos esses produtos, já que a competição é grande”, explica Andrey Sizov Jr, diretor geral da Moscow-based.
Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), a produção russa de carne deve crescer de 6,9 milhões de toneladas em 2010 para 7,1 milhões de toneladas em 2011. O país deve comprar 2,1 milhões de toneladas de carne de outros países, 11,6% a menos que os 2,3 milhões de toneladas registrados em 2010, fator que expõe a intenção russa de eliminar as importações. Mais detalhes do programa russo podem ser conferidos aqui (em inglês).