O aumento dos preços agrícolas provocado pela estiagem nos Estados Unidos deve estimular os preços da carne suína na China e, consequentemente, elevar a inflação no país nos próximos 12 meses, disse nesta sexta-feira um executivo do banco Macquarie.
A seca no Meio-Oeste americano afetou fortemente as lavouras de grãos, das quais a China depende para alimentar suas criações de porcos. “Eu ficarei muito surpreso se não houver um impacto sobre os suínos na China e sobre a inflação”, disse Tim Hornibrook, diretor executivo de Gerenciamento de Fundos Agrícolas do banco Macquarie.
Nos EUA, apenas 24% da safra de milho e 29% da de soja continuam em condições boas a excelentes. Além disso, a taxa de uso dos estoques, considerada uma medida da oferta, caiu 10% para milho, trigo e soja, disse Hornibrook, citando dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). “Isso significa que há 72 dias de oferta à mão”, disse. “Entre 2003/04 e 2012/13 isso ocorreu apenas três vezes.”
A China depende muito da importação de soja pra alimentar as criações de porcos. Além disso, já havia previsões de aumento dos preços da carne suína no quarto trimestre devido à oferta apertada. Assim, Brasil e Argentina emergem como alternativa para importação, principalmente de milho, acrescentou o executivo.
A inflação ao consumidor da China recuou para 1,8% em julho, ante 2,2% em junho, embora alguns economistas alertem que ela possa se recuperar no quarto trimestre devido ao aumento dos preços globais das commodities agrícolas. As informações são da Dow Jones.