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Mercado Externo

Soja paralisada

Setor rural argentino propõe paralisação comercial da soja em uma demonstração de apoio aos produtores de trigo do país.

Soja paralisada

Uma das principais entidades rurais da Argentina propôs realizar uma paralisação comercial da safra 2009/10 de soja em uma demonstração de apoio aos produtores de trigo do país, que protestam contra a política do governo para o cereal.

A Argentina é um dos principais produtores de alimentos, mas o setor rural está em confronto com o governo desde 2008 devido à intervenção estatal no mercado agropecuário.

“Nós somos a favor de que não se comercialize a nova safra de soja, em função da situação atual que os produtores que não podem vender seu trigo estão enfrentando”, disse à Reuters Guillermo Giannasi, presidente do Conselho Federado de Buenos Aires, da Federação Agrarária Argentina (FAA).

A província de Buenos Aires é a principal produtora de trigo do país e a terceira de soja.

A rentabilidade do trigo, cuja última safra foi a mais baixa em cerca de 30 anos devido a uma seca, foi afetada pelas políticas oficiais para combater a inflação, como a restrição às exportações.

O cereal cede cada vez mais espaço para a soja, produto sem tantas regulações e preço elevado, cujas divisas representam uma importante parte do total dos ingressos da balança comercial argentina.

A proposta da sede regional da FAA, elaborada em uma assembleia realizada na sexta-feira, está sendo estudada pela Mesa de Enlace agropecuária, que reúne os presidentes das quatro principais entidades rurais do país, disse Giannasi.

Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a safra de trigo 2009/10 foi de 7,44 milhões de toneladas, enquanto que a produção de soja na atual temporada é estimada em 52 milhões de toneladas, a maior na história do país.

Entretanto, uma fonte do setor que não quis ser identificada afirmou que a adoção de uma medida como essa seria problemática para muitos produtores que cultivam tanto o trigo como a soja, já que precisarão vender a oleaginosa para compensar as dificuldades nos negócios do cereal.