A província japonesa de Miyazaki, no sul do país, declarou nesta terça-feira (18/05) situação de emergência pela “incontrolável” extensão de um surto de febre aftosa.
“Estamos em uma situação na qual é impossível deter a propagação”, disse o governador de Miyazaki, Hideo Higashikokubaru, antes de alertar que o risco de a infecção se estender ao resto do país “é inegável”.
Segundo dados oficiais, foram detectados indícios da doença em pelo menos 126 fazendas de gado bovino e suíno de Miyazaki, onde mais de 114 mil animais tiveram que ser sacrificados. Além disso, o Governo japonês admitiu erros na tentativa de controlar o surto, após informação de que as autoridades locais falharam durante inspeções a fazendas no final de março.
As autoridades veterinárias japonesas confirmaram no início de abril um surto do tipo “O” do vírus da febre aftosa, o mais comum atualmente na Ásia, onde a doença é endêmica. Os funcionários que realizavam as inspeções, no entanto, foram acusados de excessiva lentidão durante as análises nos animais com sintomas da doença, o que teria propiciado a propagação do vírus.
“Se tivessem sido tomadas medidas em março, a infecção poderia não ter chegado até este ponto”, afirmou Yoshitaka Goto, professor da Universidade de Miyazaki.
O primeiro-ministro do Japão, Yukio Hatoyama, admitiu que aconteceram “alguns problemas”, mas assegurou que o Governo “trabalhará unido para evitar uma maior propagação da infecção”.
A febre aftosa é uma doença muito contagiosa que atinge animais como vacas, ovelhas, cabras e porcos, provocando febre alta e lesões características na boca e nas patas dos animais, não afetando os humanos.