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Vírus já matou 10% dos porcos dos Estados Unidos

Doença se espalha rapidamente entre leitões recém-nascidos. Mortes foram registradas no México e Japão.

Vírus já matou 10% dos porcos dos Estados Unidos

Desde junho de 2013, pelo menos 10% dos 7 milhões de porcos criados nos Estados Unidos morreram vítimas de um vírus conhecido como Vírus Suíno de Diarreia Epidêmica (PEDV, na sigla em inglês).

Tudo indica que o microorganismo foi trazido da China. A cepa encontrada nos Estados Unidos é 99,4% similar àquela que atingiu rebanhos chineses pela primeira vez em 2010, matando 1 milhão de leitões (segundo as estatísticas oficiais da China). Nos últimos anos, surtos mais leves  foram tambémregistrados na Europa, no Japão, no México e em partes da América do Sul. Não há registro de incidência da doença no Brasil.

O PEDv foi diagnosticada pela primeira vez nos Estados Unidos em Ohio, em maio do ano passado. Em menos de um ano, a doença se espalhou por trinta Estados. Frigoríficos americanos apontam que neste período a produção de carne suína no país diminuiu 2%.

Se o PEDv se espalhar pelo Canadá e pelo México no ritmo visto nos Estados Unidos, o abate de suínos na América do Norte poderá diminuir em cerca de 18,5 milhões de porcos ao longo de 2014 e 2015, ou 12,5% em relação aos níveis de 2013. Estima-se que a produção de suínos nos Estados Unidos caia de 6% a 7% nesta temporada — a maior queda em trinta anos.

A maioria dos agricultores e pesquisadores acreditam que o vírus letal é transmitida de um porco para outro pelo contato com dejetos.

Na semana passada, o Departamento Nacional de Agricultura determinou que novos casos de contaminação fossem notificados. Assim, será possível quantificar com precisão as mortes e a velocidade com que a doença se espalha. Especialistas em criação apontam que uma quantidade pequena de restos fecais infectados com o vírus pode ser suficiente para afetar todo o rebanho.

Os animais mais atingidos e com maior índice de letalidade são porcos recém-nascidos, com idade inferior a 21 dias. A agência controladora de corte e carne suína estima ter gasto 1,7 milhões de dólares com pesquisas relacionadas ao vírus.  Até o momento, nenhuma vacina desenvolvida foi capaz de proteger completamente os porcos da doença. O vírus impede que os leitões recém-nascidos absorvam nutrientes da ração, comida ou água. Com diarreia, eles morrem de desidratação.

Um terço dos 3.000 fazendas de suínos da Carolina do Norte, principal Estado produtor de carne de porco, foram infectadas pelo vírus.

Segundo as autoridades sanitárias americanas, a carne dos suínos infectados pelo PEDv é segura para o consumo humano. Nas cepas conhecidas, ele não apresenta nenhum risco à saúde dos humanos ou de outros animais.