Com a contribuição da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) e da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e a Direção Geral da Saúde e dos Consumidores da União Europeia (UE) desenvolvem, a partir de julho, estudo sobre gestação coletiva de matrizes suínas. O trabalho, que faz parte do Projeto Diálogo Setoriais, apontará diretrizes para transição da produção suinícola brasileira do sistema de gaiola para a gestação coletiva, prezando pelo bem-estar animal.
A participação da ABCS no desenvolvimento do estudo é um desdobramento de um acordo de cooperação com o MAPA para elaboração de um cronograma e de diretrizes sobre boas práticas firmado em novembro de 2014. Ao final da pesquisa, com duração prevista de um ano, será publicado um relatório apontando estratégias para adoção de gestação coletiva no Brasil.
A iniciativa promoverá a troca de informações sobre o tema, detalhando como a Europa – referência em bem-estar –, realizou a transição do sistema de gaiolas para gestação coletiva, os aspectos positivos e desafios da adaptação, bem como as instituições envolvidas no processo e as ações realizadas junto a consumidores, varejistas, fornecedores.
O estudo também contará com visitas técnicas a granjas brasileiras que já adotam esse sistema para reconhecimento do panorama local e debates com o setor. “Vamos nos reunir com os criadores das principais regiões produtoras do Brasil para ouvir as necessidades e desafios dos suinocultores para adaptação ao sistema de bem-estar, e, assim, encontramos soluções de acordo com a realidade nacional”, explicou a coordenadora do estudo no MAPA, Médica Veterinária e Fiscal Federal Agropecuária, Lizie Buss.
Para o presidente da ABCS, Marcelo Lopes, a cooperação técnica com a Europa é estratégica para a suinocultura brasileira. Segundo Lopes, conhecer os modelos de bem-estar adotados em países com grandes produções e como aconteceu essa transição auxilia na construção de um modelo que atenda às necessidades do produtor brasileiro. “Estamos inseridos em todas as discussões de bem-estar animal dentro do Ministério, além disso, buscamos dialogar com o produtor por meio de fóruns e publicações, com a finalidade de apontar caminhos para que as mudanças exigidas pelo mercado sejam feitas de acordo com a realidade da suinocultura brasileira e em consenso com o setor”, explicou.
Junto aos produtores, a ABCS tem fortalecido o debate sobre bem-estar animal, mostrando que embora exista no Brasil, atualmente, maior enfoque na gestação coletiva, as boas práticas abrangem muitos outros aspectos que vão desde o nascimento até o abate.