Após três anos de pesquisas, a zootecnista Ana Beatriz Traldi comprovou que a idade da matriz é o que influencia o desempenho de frangos de corte. A tese de doutorado “Influência da idade da matriz e do peso do ovo incubado nas respostas de pintos de corte alimentados com rações pré-iniciais farelada, triturada e micropeletizada”, realizada na Esalq/USP, ajudou a esclarecer os fatores que influenciam o desempenho do frango – a idade da matriz ou o peso do ovo, já que a literatura trazia controvérsias sobre o assunto. “É um tema atual, porque interessa ao produtor e ao setor acadêmico”, diz a pesquisadora.
Orientada pelo professor José Fernando Machado Menten, Ana Beatriz observou o desempenho de frangos de corte oriundos de matrizes jovens (29 semanas) e adultas (55 semanas). Foram selecionados 1.080 ovos de cada matriz e os ovos ficaram incubados por 21 dias. Na Esalq, 1.380 pintinhos foram alimentados, na primeira semana, com a mesma fórmula de ração, mas de forma física diferenciada (farelada, triturada e micropeletizada). Em seguida, até os pintinhos completarem 42 dias – idade de abate -, as aves receberam a mesma ração, na forma farelada, período no qual foi avaliado peso vivo, ganho de peso, consumo de ração e conversão alimentar.
As aves foram pesadas aos 7, 21, 35 e 42 dias e os frangos oriundos de matriz adulta pesaram, aos 42 dias de idade, 2.726 gramas, ante 2.682 gramas do frango nascido de matriz jovem. O estudo constatou, ainda, que é viável economicamente fornecer ração micropeletizada às aves na primeira semana. “Ela é mais cara que a farelada, mas, na primeira semana, o consumo é baixo e não onera o custo de produção. Além disso, ela promove benefícios no desempenho até a idade de abate.”
Este ano, a pesquisa de Ana Beatriz venceu o Prêmio Lamas, da Fundação Apinco de Ciência e Tecnologia Avícolas (Facta), na categoria Produção.