Redação (13/10/2008)- Avicultores de Porangaba, em São Paulo, não sabem o que fazer com a grande quantidade de frangos mortos nas granjas. Milhares de aves morreram de fome desde que os criadores integrados deixaram de receber a ração do frigorífico para quem trabalham.
Os olhos não conseguem mais ficar abertos. Debilitados, a cor das penas já não são mais as mesmas.
Em uma das granjas os frangos estão há mais de dez dias sem ração. De acordo com o dono do espaço, dos 35 mil, 25 mil já morreram. Além do cheiro, insuportável, outra situação é o desespero das aves que, de fome, se alimentam das outras.
“O cheiro é forte e é perigoso. Não tem ninguém responsável. Fica ruim”, reclamou o criador Darci Vieira.
O porta-malas se transformou num viveiro. As aves estão na caçamba, em sacos, em caixas e até dentro do carro. A aflição de ver o sofrimento das aves fez Darci tomar atitudes.
“Eu achei melhor dar os frangos para os amigos do que perder na granja e arrumar mais serviço pra mim. E também não prejudicar o meio ambiente do bairro”, justificou seu Darci.
Na rota das granjas, na região de Porangaba, sudoeste do estado de São Paulo, foram encontradas situações idênticas. No lugar em que o gado pasta, os frangos, em vão, procuram alimentos.
“Se não tem uma expectativa, você não sabe se vai receber, se eles virão buscar os frangos, se vão morrer todos, se os vizinhos vão me processar. A situação é calamitosa. Sem palavras. Não tem nem como falar”, lamentou o criador Michel Vieira.
A Vigilância Sanitária de Porangaba deve orientar os criadores sobre o destino das aves mortas. A direção do frigorífico Frango Forte não quis, mais uma vez, falar sobre o assunto. Em nota a empresa voltou a explicar que passa por problemas financeiros em decorrência da falta de crédito, agravada com a crise mundial.