Sistema de avaliação definido pelo plano nacional criou ranking e estimulou prevenção. Segundo a UBA, em casos de epidemia, regiões isoladas ficarão seguras
Discutido por cinco anos, o Plano Nacional de Sanidade Avícola chegou a um estágio que permite ao setor se dizer protegido contra a gripe aviária e a doença de Newcastle, provocadas por vírus que podem dizimar criadouros de qualquer tamanho em uma semana. Para a União Brasileira de Avicultura (UBA), se essas doenças ocorressem hoje em alguma região do país, estados como o Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso, os mais bem avaliados nas auditorias sanitárias, poderiam continuar exportando.
O diferencial ainda não é usado como critério pelos países importadores, mas autoriza o setor a fazer propaganda de seus cuidados com a saúde das aves e, consequentemente, dos consumidores da carne. A adesão de 23 unidades da federação, que agora competem entre si para mostrar cada vez mais rigor no controle sanitário e no transporte da produção, foi decisiva, avalia o presidente da UBA, Ariel Antônio Mendes.
“Sem essa adesão, o projeto ficaria prejudicado. Além das medidas de precaução, que permitem a continuidade da exportação a partir das regiões isoladas, em todos os estados haverá um fundo para indenizar os criadores se houver necessidade de sacrificar animais”, acrescenta.
O plano nacional criou um sistema de avaliação dos estados. São considerados quatro quesitos: os dados da produção agrícola, o sistema de atenção veterinária, a capacidade de resposta em caso de emergência e a obediência às regras sanitárias. Dependendo de suas notas, o estado é classificado nas categorias A, B, C ou D.
Destaque
O resultado da segunda auditoria acaba de ser divulgado. O Paraná foi destaque com a melhor pontuação (55). Num panorama geral, enquanto Pernambuco e Rio Grande do Norte pioraram, Mato Grosso, Pará e Paraná evoluíram e inauguram a categoria B. Os demais 18 participantes mantiveram suas posições (veja quadro ao lado).
O problema que rebaixou mais estados foi a falta de veterinários e de investimentos em treinamentos. No caso do Paraná, os técnicos consideram que o estado ainda pode melhorar no sistema de atenção veterinária e na obediência às normas sanitárias para, então, chegar à nota A.