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Mercado Interno

Bem-estar animal e econômico

<p>Prática de bem-estar animal traz vantagens para criadores. Movimento começou a partir de produtores exigentes.</p>

Na cidade de São Miguel do Araguaia, a 480 km da capital de Goiás, o proprietário da fazenda São Dimas, Helvécio Alves, investe no manejo para mais de 2,8 mil cabeças de gado. Os vaqueiros não usam chicotes e nem maltratam os animais. “Aqui ninguém machuca os bois e nem os deixa com medo ou estressados”, disse Alves. Ele ressaltou que o cuidado com o manejo garante melhor produção de carne. “Na hora do ganho de peso é que percebemos a diferença de um animal bem-tratado”, finalizou.

O bem-estar animal destaca o cuidado com o manejo dos animais, desde o nascimento, e a importância de adequar o transporte para reduzir o estresse e evitar sofrimentos desnecessários. O movimento começou a partir de consumidores exigentes por boas práticas no tratamento de animais. Na Europa e nos Estados Unidos, a cadeia produtiva de aves, suínos e bovinos constituiu regras públicas de criação de animais e com prazo para mudanças no setor.

No Brasil, as regras de bem-estar animal estão inseridas na Instrução Normativa (IN) nº 3, que regulamenta técnicas sobre abate humanitário e na IN nº 56 que faz recomendações sobre alimentação, manejo e instalações. Porém, desde a década de 30, o País estabelece medidas de proteção aos animais, prevenindo maus tratos, por meio do Decreto 24.645.

De acordo com secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Márcio Portocarrero, o País está em uma situação positiva porque possui condições favoráveis para a produção, como clima e tecnologia. “Além disso, o setor empresarial produtivo de aves, suínos e bovinos está atento ao que é realizado em vários países”, afirmou.

Para atuar junto ao setor produtivo e trabalhar nas recomendações nacionais às boas práticas, o Ministério da Agricultura criou a Comissão Técnica Permanente de Bem-Estar Animal, que conta com representares do governo e com a colaboração dos setores privado e acadêmico. A coordenadora da comissão, Andrea Parrilla, explicou que ao adotar procedimentos de bem-estar animal, o criador pode conquistar os mercados mais exigentes como a União Europeia. “Eles pagam mais por produtos que atendem a estas recomendações”, explicou.