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Manejo

Bem-estar em suíno

Técnicas de bem-estar animal privilegia sistema diferente de manejo de suínos em granja do Mato Grosso.

Bem-estar em suíno

Nascer é fácil. Difícil é saber o que fazer, minutos depois. Mas, para sorte dessa turma, aqui fica de prontidão a Natalícia, funcionária da maternidade de suínos da Fazenda São Marcelo em Tangará da Serra, Mato Grosso. Em média, nascem 14 leitõezinhos por parto. Um a cada 30 segundos. E tudo ao mesmo tempo, nas dezenas de baias de um enorme galpão.

No segundo dia de vida, os leitõezinhos recebem uma suplementação de ferro e no sexto dia, os machos são castrados. Mas aqui as presas e os rabos dos animais são cortados. A vigilância da Natalícia é intensa nas baias das porcas paridas.

O pisoteio de filhotes é o grande desafio deste tipo de produção de suínos, que segue as normas de bem-estar animal. E estamos falando de uma propriedade que cria muito: são 12.600 em 70 hectares.
O protocolo de bem-estar exige que as baias de parição tenham espaço suficiente para permitir que a porca se levante, ande, se movimente. A baia tem 2,5 metros de largura por 5 metros de comprimento. É bem diferente da maioria das granjas de produção em larga escala, onde as porcas paridas ficam em celas pequenas e não conseguem ao menos se virar.

Porcas e leitõezinhos escolhem se querem ficar dentro ou fora. A veterinária Juliana Rego Ribas é responsável pelos suínos da fazenda. Ela não tem dúvida dos benefícios da baia grande: o espaço diminui o stress dos animais.

Outra estratégia é a instalação de barras de ferros nas laterais da baia que evitam que a porca encoste na parede, ao se deitar. Os porquinhos aprendem rápido que ali é um lugar seguro.

Aos 25 dias de vida, os leitões são separados da mãe. E vão para a creche, onde também há bastante espaço. Nessa idade eles já começam a gostar mais de ficar do lado de fora. Entram no galpão atrás de ração e água. Na creche, o trabalho do tratador também segue as regras de bem-estar.

Na fase da creche, o período mais importante são os dias logo após o desmame. É onde o leitão perde a mãe, os irmãos.

Sérgio Trindade é quem cuida da creche. Com a orientação da veterinária Juliana serve ração umedecida para os leitõezinhos. Percebeu que assim eles comem melhor.

Pneus ajudam os pequenos a descobrirem o caminho certo da comida. O cardápio é incrementado com salada fresquinha, tirada da horta da fazenda.

Aos 70 dias, os leitões começam a fase da engorda. Cada lote tem 550 animais. Eles são separados por idade e tamanho e cada lote tem seu galpão. A densidade é calculada assim: uma chupeta de água para cada 10 animais e um comedouro para cada 30. São 14 porcos por espaço de alimentação, mas o galpão nunca fica muito cheio. Porque o que eles adoram mesmo é correr pelo pasto. Brincar. E implicar com o outro de vez em quando.
Os porcos podem descansar na sombra. Coberturas de palha foram construídas para garantir conforto térmico. Ou passar horas tentando descobrir o que tem na terra.