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Cama permite produção agroecológica de suínos

Os dejetos sofrem uma compostagem dentro da edificação e, com isso, reduz-se o risco de poluição ambiental ocasionado pela evaporação da água contida nos dejetos.

Redação SI 17/07/2002 – A Embrapa Suínos e Aves, vinculada ao Ministério da Agricultura e do Abastecimento localizada em Concórdia (SC), está propondo, como alternativa aos sistemas de produção de suínos que exigem a utilização de esterqueiras ou de lagoas para armazenamento dos dejetos, um sistema de criação sobre leito formado por maravalha ou palha, que está sendo chamado de edificação agroecológica para a produção de suínos. Os dejetos sofrem uma compostagem dentro da edificação e, com isso, reduz-se o risco de poluição ambiental ocasionado pela evaporação da água contida nos dejetos.


Hoje, a maioria dos sistemas utiliza piso do tipo ripado total ou parcial com o manejo dos dejetos feito pelo piso ou externamente, em canaletas abertas. Para ser eficiente, adianta o pesquisador Paulo Armando de Oliveira, é preciso observar certas condições, cujas informações estão na página eletrônica da Embrapa Suínos e Aves (
www.cnpsa.embrapa.br).

No sistema de criação sobre leito por maravalha há evaporação de quase a totalidade de fração de água contida nos dejetos, graças a compostagem, e isso reduz os custos de edificação, armazenagem, transporte e distribuição quando comparado aos sistemas com piso ripado. De acordo com Paulo Armando, o custo de construção das instalações fica 60% mais barato utilizando o sistema cama. É uma alternativa técnica e economicamente viável para a produção de suínos já que os animais criados sobre cama mantêm o mesmo desempenho zootécnico daqueles criados sobre o piso ripado. A Embrapa Suínos e Aves desenvolve uma edificação adaptada às exigências termodinâmicas dos animais, ao manejo e às condições climáticas do Brasil e pode ser mostrada na Granja Fontana, em Gaurama, RS. É a primeira no país no gênero. Ali já foram produzidos 16 mil suínos sobre cama, com bons resultados econômicos. A única desvantagem da Cama é a possibilidade de propagação mais acelerada da linfadenite em rebanhos já infectados. A Embrapa já descobriu que caso o rebanho esteja livre da doença, que provoca perdas econômicas para o produtor e agroindústrias, não há risco de contágio. O  mais importante é conhecer a procedência dos leitões para evitar que animais infectados entrem na cama, alertou o pesquisador da área de Sanidade Nelson Morés.