Discutir o sistema de tratamento de dejetos de suínos por compostagem de maneira ampla, analisando as viabilidades ambientais, sociais e econômicas e os diferentes processos de compostagem, este foi o objetivo da “Oficina de Compostagem de Dejetos de Suínos” – Projeto de Desenvolvimento Social Ambiental e Econômico, que foi realizada nos dias 14 e 15 de abril. Concórdia, principal pólo de suinocultura no Estado, foi a cidade escolhida para sediar o evento organizado pela Associação Catarinense de Criadores de Suínos, ACCS com o apoio da Embrapa Suínos e Aves, da Epagri e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O evento reuniu representantes de órgãos governamentais de todas as esferas e entidades de todo o Brasil.
Nos dois dias da Oficina foram discutidos temas como o panorama geral de tratamento de efluentes da suinocultura, legislação e normativas para licenciamento ambiental, além de fundamentos teóricos sobre o sistema de compostagem. Participaram do evento cerca de 70 técnicos de nove Estados produtores de suínos, onde os mesmos puderam conhecer as demandas de pesquisa e políticas públicas para que o sistema de compostagem seja viabilizado nas propriedades suinícolas do país. De acordo com o coordenador do evento, Felipe Penter, o evento foi uma grande oportunidade para encontrar com os maiores especialistas em compostagem de dejetos suínos do país. “Uma iniciativa que ajudará nas questões ambientais, é ainda, a compostagem que será difundida em todo o país”.
“O dejeto de suíno é um brilhante, um diamante a ser lapidado”, a afirmação é de Aneli Dacás Franzmann, Diretora das Indústrias Intensivas em Mão-de-Obra e recursos Naturais do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Ela enfatiza que o dejeto não é um problema e sim a solução. “A suinocultura é o carro chefe em exportações brasileiras, porém é preciso tirar a impressão de que a atividade traz desconforto para a sociedade, polui rios e divide setores”. Ela enfatiza que o setor industrial, para ser competitivo precisa que o produto tenha qualidade e agregação de valor. Aneli destaca ainda que é preciso produzir e ser competitivo no mercado, produzir um selo indicando que a produção é ambientalmente correta. “São ações que serão buscadas para o desenvolvimento sustentável, é preciso ter consciência que não podemos trabalhar mais sem pensar no meio ambiente”. Segundo Aneli a partir de agora serão buscadas políticas públicas capazes de solucionar os problemas sem prejudicar ninguém.
De acordo com o presidente da ACCS, Wolmir de Souza, os objetivos foram alcançados com sucesso, pois a Oficina veio fortalecer e tirar dúvidas de um modelo que já existe. “O que levamos do evento é que a oficina foi o lugar para buscarmos o modelo a ser criado, e ainda, que é uma tecnologia aprovada, porém com alguns pontos a serem ajustados”. O Secretário de Estado da Agricultura, Enori Barbieri, que esteve presente no evento enfatizou a importância processo de compostagem para a suinocultura no Estado. “Todos estão em busca de uma causa muito importante, nós poderemos avançar muito utilizando a compostagem para o tratamento de dejetos suínos”, disse.
Trabalho em grupo e resultados
Durante o evento foram formados grupos de trabalhos para debater os seguintes temas: processos de compostagem, manejo de dejetos para compostagem, viabilidade do composto como fertilizante, viabilidade econômica e legislação – normativas para licenciamento ambiental. Após a apresentação dos grupos, ficou definido que o sistema de Santa Catarina poderá se tornar padrão no Brasil. De acordo com Léo Rufato, coordenador técnico da Oficina, a oficina surgiu para padronizar o nível dos participantes e definir metodologias de processos adequados para a compostagem. O resultado será descrito em uma publicação que irá nortear as ações governamentais para a difusão e aprimoramento do sistema de compostagem automatizado no Brasil.