Da Redação 11/08/2003 – O diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne (Abiec) – entidade que reúne os frigoríficos exportadores -, Ênio Marques, acredita que a melhor forma de rastreabilidade é aquela que controla o processo e não animal por animal. Segundo ele, o único país que adota uma certificação individual obrigatória são os EUA, onde o processo produtivo é diferente, feito em confinamentos. Além disso, Marques defende a idéia de que as certificadoras precisam ser auditadas de forma independente e possuir um certificado de qualidade, a ISO 65, já utilizada no exterior, o que garante que o trabalho esteja sendo bem feito.
“O Brasil é o único País que cria barreiras para si próprio”, critica o pecuarista e ex-secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pedro de Camargo Neto. Segundo ele, o setor pecuário é uma das molas propulsoras do agronegócio brasileiro e esta instalação confusa e desnecessária (da forma como está sendo feita) tem punido tanto frigoríficos como pecuaristas. “O que o Brasil está fazendo é identificação animal e não rastreabilidade”, diz Camargo. Segundo ele, o correto seria certificar o processo pecuário, a propriedade e não o animal.
Para Camargo, outro ponto essencial é a exigência. “Só tem sentido ser obrigatório se fosse uma questão de saúde pública. No Brasil a questão de saúde pública da vaca louca não exige rastreabilidade individual, somente controles rigorosos na questão das rações e proibição de utilização de restos animais, farinha de sangue e carne e cama de frango”, afirma.