Redação (05/02/2009)- Na fazenda da Korin, que produz frango de corte e ovos em Ipeúna (SP), alguns lotes de frango orgânico estão sendo criados no sistema free range. "Até cerca de 25 dias de vida, a ave fica confinada; depois, as ”portas” que dão acesso ao pasto ou piquete são abertas, dando liberdade ao frango", diz o gerente industrial, Luiz Carlos Demattê Filho. "Neste modelo, a ave expressa seu comportamento natural", continua. "É uma alternativa ao sistema industrial, já que ela tem acesso a piquetes, pode pastar, tem sombra".
A pasto, porém, a taxa de crescimento é mais lenta, as características de carcaça são diferentes e a carne é mais escura e seca, pois tem menos gordura e uma consistência diferente do frango industrial. "É um produto que atende a um nicho específico de mercado. Mas, para isso, também deve haver normas de produção. Tem que ser um modelo alternativo com um programa sanitário regulamentado."
"O sistema free range da Europa é chamado aqui de semi-intensivo e, para se ter ideia, o ciclo de produção do frango de corte no sistema semi-intensivo é de 85 dias, ante 45 dias no modelo industrial", diz o professor do departamento de Genética da Esalq/USP, Antonio Augusto Domingos Coelho.
No sistema free range, normalmente a ave fica confinada até 14 a 21 dias de vida. Neste período, ela mantém-se protegida do frio, da chuva, do vento e de predadores. Após esse período, são abertos os acessos a áreas de piquete, com cobertura vegetal e sombra. "No abrigo, a lotação mínima é de dez aves/metro quadrado; na área externa, são 1 a 3 metros quadrados para cada ave. O sol também atua como aliado na eliminação de contaminantes", diz. "O ambiente externo dá conforto térmico para a ave praticar suas liberdades naturais. A sanidade é garantida com a aplicação de vacinas, dieta controlada, telagem da área e higienização das instalações", afirma Coelho.