Os dejetos da suinocultura, que até bem pouco tempo eram considerados poluentes dos rio da região de Armazém e Braço do Norte, no Sul do Estado, ganharam uma utilidade ecológica e econômica em boa parte das lavouras de milho desses municípios. As toneladas de esterco viraram adubo que melhoraram a produção e ainda reduziram custos para os produtores.
De acordo com o chefe da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Epagri) de Tubarão, Luiz Marcos Borá, o aproveitamento dos dejetos ocorre há mais de cinco anos e é praticado por cerca de 1,5 mil agricultores da região. O adubo orgânico melhora o solo e aumenta a capacidade de produção.
“Os adubos químicos têm nitrato, fósforo e potássio, enquanto os dejetos orgânicos são compostos de cálcio, zinco, enxofre e vários outros nutrientes que fortalecem a terra e a plantas”.
O sistema é simples, mas requer um investimento não tão baixo. É preciso um motor para bombear o esterco dos tanques de suínos, uma mangueira que chegue até a lavoura e um pulverizador. A ideia só funciona onde a lavoura fica a menos de três quilômetros do tanque.
Um dos agricultores que abraçaram a ideia é Adalto Wesning. A lavoura de milho da família, na localidade de São Cristóvão, em Armazém, teve a produtividade melhorada.
“O milho veio bem mais bonito e em quantidade maior. Como é um produto natural, a terra absorve melhor e não polui o meio ambiente”.
Wesning gastou R$ 3,5 mil com mil metros de de mangueira especial e outros R$ 500 para o pulverizador. Foi um investimento alto, mas ele não precisou gastar os mais de R$ 2 mil em adubo químico a cada safra.
A irrigação lembra a de um gramado ou jardim. O canhão fica jorrando os dejetos líquidos em movimentos circulares e toda a terra é adubada.
“Essa adubação só precisa ser feita duas vezes. Uma logo depois de preparar a terra e a última quando as plantas estão bem pequenas”, ressalta Adalto Wesning.