Um projeto experimental trabalha para modificar práticas na suinocultura e já apresenta resultados positivos. Por meio de uma máquina de compostagem, desenvolvida em Santa Catarina, os produtores reduzem gastos e favorecem o meio ambiente com o reaproveitamento de dejetos suínos.
Trata-se de uma parceria entre suinocultores e técnicos agrônomos. Os estudos preliminares começaram há dois anos e, em 2009, o projeto foi colocado em prática.
A empresa Fast Indústria fabrica as máquinas em Capinzal. No acordo, o produtor rural entra com o espaço e a estrutura física e os engenheiros contribuem com o equipamento, sem custo para nenhuma das partes.
O método funciona atualmente na propriedade de Vitalino Zenaro, em Lacerdópolis, no Meio-Oeste catarinense. A composteira reaproveita o esterco, que ao ser misturado com outras matérias orgânicas, se transforma em fertilizante para a lavoura.
Na propriedade de Zenaro existe uma criação de 2 mil porcos em terminação, ou seja, os animais estão na fase de engorda, antes do abate.
Sem a composteira, o produtor aplicava boa parte do seu investimento em adubo e defensivos agrícolas. Além disso, se preocupava com a possibilidade de contaminação do solo e dos lençóis freáticos.
Agora, com o equipamento fucionando, Zenaro gasta menos com fertilizantes e viu reduzir os problemas típicos da suinocultura.
“Além de reaproveitar os dejetos dos animais, a máquina terminou com o mau cheiro e diminuiu a proliferação de insetos. A granja, além de ter ficado ecologicamente correta, está mais higiênica”, diz o produtor.
O engenheiro mecânico Cid Barretta, que faz parte do projeto, lembra que o grande problema do suinocultor é o impacto ambiental.
“Focamos a solução e buscamos na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) as pesquisas para darmos um destino correto e ecológico para os dejetos”, explica.
Na granja de Zenaro, a produção diária de cerca de 6 mil litros de dejetos é transportada de forma automática e contínua para dois canteiros de compostagem com três metros de largura e 420 m3 de volume.
Adubo pronto para uso em dois meses
O processo é simples e leva 60 dias.
“Os dejetos ficam armazenados na esterqueira e são bombeados para a calha de homogeneização. O esterco é misturado com um substrato que pode ser a serragem, cama de aves ou casca de arroz. No final do processo, o produtor tem adubo orgânico, que propicia redução de odores e insetos”, explicou o engenheiro.
Seis máquinas semelhantes estão em fabricação, ainda de modo experimental. Três delas serão vendidas para o Sudeste e Centro-Oeste.