Redação (13/12/2007)- Os dejetos suínos, quando adequadamente utilizados, podem se constituir num adubo para as plantas, substituindo os adubos químicos. No entanto, ao contrário desses, que podem ser formulados de acordo com o tipo de cultura e solo, os dejetos suínos possuem, ao mesmo tempo, vários minerais que se encontram em quantidades diferentes daquelas exigidas pelas plantas. Por essa razão, o seu uso continuado ou em excesso poderá prejudicar o solo, as plantas e as águas. Uma das maiores dificuldades para a mudança do pensamento equivocado de que o uso dos dejetos suínos como adubo não representa riscos de danos ambientais, é o fato de que muitos desses danos passam desapercebidos ou demoram a serem percebidos pelos agricultores e até mesmo pelos técnicos de campo.
Dentre tais danos cita-se a poluição dos recursos hídricos através da erosão, lixiviação e escorrimento superficial de águas em pastagens e lavouras. Também são importantes a diminuição da diversidade de microrganismos e da variedade de plantas destacando-se as pastagens, além da queda de produtividade, toxicidade a animais e plantas e depreciação de produtos.
Quanto pode ser aplicado ao solo ?
No cálculo das quantidades deverão ser seguidas as orientações dos manuais de adubação e de calagem específicos de cada região. Primeiramente, é necessário conhecer o conteúdo de nutrientes dos dejetos e do solo onde eles serão aplicados, recomendando-se para isso, a análise química dos dejetos e do solo. Em seguida, calcula-se a quantidade de dejetos necessária para suprir os nutrientes exigidos pela cultura de interesse.
A melhor forma de evitar o acúmulo excessivo de nutrientes no solo, é limitar a quantidade de dejetos em função do nutriente crítico, ou seja, aquele exigido na menor quantidade pela planta. Dentro desse critério, deve-se prestar atenção ao cobre e do solo. Em seguida, calcula-se a quantidade de dejetos necessária para suprir os nutrientes exigidos pela cultura de interesse.
A melhor forma de evitar o acúmulo excessivo de nutrientes no solo, é limitar a quantidade de dejetos em função do nutriente crítico, ou seja, aquele exigido na menor quantidade pela planta. Dentro desse critério, deve-se prestar atenção ao cobre e zinco, em função da alta concentração nos dejetos e baixa exigência das plantas. No caso de dejetos com baixas concentrações destes e outros micronutrientes, o mineral limitante geralmente passa a ser o nitrogênio, pois suas perdas por lixiviação põem em risco a qualidade das águas. Os nutrientes em falta, nas duas situações, poderão ser supridos através de adubos químicos ou outros tipos de resíduos orgânicos que permitam equilibrar a relação entre as quantidades exigidas pelas plantas e aquelas adicionadas via dejetos.
Poucas vezes, no entanto, o uso dos dejetos como adubo é feito de forma planejada. Alegando-se redução de custos, o procedimento geralmente empregado é o de aplicar numa única dose, uma quantidade de dejetos para suprir o total de nitrogênio ou fósforo indicado para todo o ciclo da planta. Em tais condições, o uso dos dejetos se torna de alto risco, pois apesar da dose ter sido calculada com base na exigência da planta, não foi observada a recomendação de parcelamento da dose de nitrogênio para evitar a poluição das águas através da lixiviação. Importante lembrar que esses cuidados são válidos também para os adubos químicos.