Redação (10/07/2008)- Conforme o presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Wolmir de Souza, "em 2003, quando assumi, o principal problema dos suinocultores era a poluição", diz. "Várias propriedades tiveram sérios problemas com a Justiça por questões ambientais."
Segundo a Embrapa, 63% dos criadores catarinenses estão em desacordo com a lei ambiental por causa do acúmulo dos dejetos nas granjas. O levantamento também aponta que 96% do manejo dos dejetos é feito em esterqueiras, o que gera gases do efeito estufa, pois não se aproveita o biogás gerado. "Nosso plantel é grande, mas as propriedades são pequenas, por isso é difícil de dar algum destino aos dejetos."
Conforme Souza, Santa Catarina possui um plantel de 6,5 milhões de animais, em 12 mil propriedades. Para resolver o problema, alguns membros da associação investiram na instalação de biodigestores, com seqüestro de metano, ou seja, o reaproveitamento dos dejetos para gerar biogás e energia. A parte líquida, resíduo do aproveitamento, vira adubo orgânico, misturado com casca de arroz, no fim do processo.
ECONOMIA
Para o criador, a prioridade não é produzir e vender energia. "Queremos que o criador agregue valor e economize ao mesmo tempo. Se ele usar a energia para diminuir custos já é uma economia", diz. Souza foi um dos primeiros criadores a adotarem o sistema de biodigestores. Gastou R$ 55 mil para instalar a estrutura do biodigestor e mais R$ 35 mil para aproveitar a energia.
A instalação dos biodigestores é cara, porém, para pequenos suinocultores, a maioria em Santa Catarina. Conforme a Embrapa, apenas 1,5% dos criadores instalou o sistema. Assim, a ACCS apresentou, em abril, em Brasília, um projeto para a aquisição de equipamentos para os 12 mil criadores do Estado. O fundo reúne os Ministérios da Ciência e Tecnologia; da Agricultura; do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e instituições de pesquisa e representantes do setor produtivo.