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Dia de Campo da Embrapa

<p>Biogás gerado pela atividade suinícola desperta interesse de produtores.</p>

Redação SI 02/05/2005 –  Cerca de 63 pessoas, entre técnicos e produtores, participaram no últimodia 27, do Dia de Campo sobre o “Uso de Biogás como fonte de energia para transporte e distribuição de dejetos suínos”, organizado pela Embrapa Suínos e Aves (Concórdia/SC), unidade descentralizada da Empresa  Brasileira de Pesquisa Agropecuária, e Epagri – Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina. O evento aconteceu em propriedade rural, na localidade de Barra Fria, localizada na Bacia Hidrográfica do Lageado Fragosos, interior do município de Concórdia.

O evento faz parte do Projeto Suinocultura Santa Catarina, integrante do Programa Nacional de Meio Ambiente – PNMA II. De acordo com o técnico da Epagri, Zemiro Massotti, o objetivo do Dia de Campo foi o de demonstrar ao público que é viável a utilização do  Biogás, gerado pelo Biodigestor, como fonte de energia em motores estacionários a diesel para o transporte dos dejetos suínos. Ele também explicou ao público que para a distribuição e a utilização correta do biofertilizante é necessário, antes da aplicação na lavoura, a realização da análise de solo, o conhecimento da necessidade de adubação da cultura e o conhecimento da concentração de nutrientes no biofertilizante.

O pesquisador da Embrapa, Paulo Armando de Oliveira, falou sobre a tecnologia do Biodigestor, os modelos desenvolvidos para as pequenas  propriedades, suas vantagens e aplicações. Falou também sobre o PNMA II  e seu objetivo de implantar o biodigestor na propriedade, gerando  energia (gás metano) para seu aproveitamento como combustível em motores, substituindo o diesel e a gasolina, e como fonte de calor para o aquecimento do ambiente interno de aviário. Em seguida, o técnico da empresa Raimaq falou sobre a bomba de transporte de dejetos, acoplada ao motor estacionário a diesel, adaptado para trabalhar com Biogás, e fez demonstração prática do transporte e distribuição do biofertilizante.

Para o pesquisador Paulo Armando, o uso de motor estacionário a diesel adaptado ao Biogás  reduz significativamente os custos de transporte e distribuição de biofertilizante nas lavouras. De acordo com ele, atualmente, os produtores da Bacia do Lageado Fragosos pagam para a Associação dos Moradores R$ 40,00/hora para a utilização de trator e distribuidor de dejetos, onde transportam de 4 a 8 mil litros de biofertilizante, dependendo da declividade da lavoura e das estradas de acesso. “Isso corresponde a um custo de transporte entre R$ 5,00 a R$ 10,00 /m3. Com o uso do biogás, para uma distância de 400 m, estes custos diminuem para R$ 0,50 /m3, para uma vazão de 13 mil litros e altura monométria de 40 m”, comenta o pesquisador.

A tecnologia

 Os produtores presentes ficaram interessados na tecnologia do Biodigestor e ouviram com atenção depoimentos de produtores que já utilizam o sistema em suas propriedades. Um destes produtores é Amélio Neis, de Ipumirim-SC, que há quinze anos possui um biodigestor em sua propriedade e acredita que é uma tecnologia muito importante sob o ponto de vista ambiental, principalmente. “Há outras vantagens também, como a redução de custos na propriedade, pois o Biogás pode ser usado em substituição ao gás comum (GLP)”, comenta o produtor, que utiliza biogás no fogão e em motores.

 Outro produtor que se diz satisfeito com a tecnologia é Jairo Pozzo, produtor de Concórdia-SC, que instalou o sistema através do PNMA II. Em discurso emocionado, o produtor falou para os demais que o Biodigestor era um sonho e que há anos pretendia viabilizar o sistema na mpropriedade. “Além da redução dos custos com gás para aquecimento do aviário, o biodigestor auxiliou na questão ambiental e no bem estar da minha família. Antes, quando eu possuía só a esterqueira, o odor dos dejetos era forte e era sentido em casa. Hoje já não temos mais este problema, além de termos um ambiente mais limpo, sem moscas e outros insetos”, comentou ele.

A tecnologia do Biodigestor também é uma recomendação do produtor Altanir Vargas, de Concórdia-SC. “Usei o Biodogestor durante seis anos e utilizava o biogás para chuveiro, geladeira e fogão”, comenta ele, que vendeu a antiga propriedade porque ela estava na área que foi inundada na construção da barragem hidrelétrica de Itá. “Além da economia, sei que contribui com o meio ambiente”. Altenir comenta também que pretende retomar a tecnologia na atual propriedade.