Na produção do frango de corte, evita-se o manejo de “raleio pré-abate” (RPA), que consiste em retirar parte da população do lote de aves após todo o lote ser submetido à retirada de ração para o jejum pré-abate. Na ocasião do RPA, o lote não é retirado completamente em uma única data, fazendo com que animais remanescentes no galpão, em função do período de jejum, não atinjam o peso vivo esperado no momento do abate (MENDES, 2001), reduzindo a eficiência de produção.
Em sistemas de integração que abatem um pequeno número de aves, essa prática pode se tornar comum. Diariamente a unidade industrial recebe uma quantidade de aves de pesos médios uniformes, visando a padronização dos produtos (MOREIRA et al., 2003). Uma variação significativa no número de animais de um ou mais galpões pode gerar um efeito cascata, causando o RPA de lotes em vários dias consecutivos. Porém, a logística ideal de produção é entregar ao frigorífico os lotes inteiros sem realizar o manejo de RPA.
Entre as questões logísticas que podem interferir na tomada de decisão no planejamento e controle de produção, está o limite máximo de horas na jornada de trabalho dos funcionários do frigorífico e o número mínimo de cargas de aves abatidas em um mesmo dia. Frente a estes dois limites ajusta-se o número de aves abatidas.
Deste modo, quanto menor o número de aves abatido diariamente em um sistema de produção, mais suscetível ele vai estar a realizar o manejo de RPA. Após a realização do RPA, a competição por água e alimento diminui em função da redução da densidade populacional do lote, o que possibilitaria um aumento no ganho de peso diário (GPD) dos animais remanescentes (MORTARI et al., 2002).
Neste estudo, foi avaliado o efeito do RPA sobre a curva de desempenho (ganho de peso) dos animais após o manejo RPA do lote.
Material e métodos
Foram utilizados dados de abate de 91 lotes de frangos de corte da linhagem COBB 500, totalizando 1.389.950 aves, submetidos a raleio pré-abate. O manejo de RPA consistia em abater o lote de aves em duas datas distintas. No primeiro dia, após seis horas de jejum pré-abate, era retirado um percentual de aves (lote de raleio) e deixada uma população remanescente no galpão para abater em uma data posterior (lote remanescente). O percentual de aves do lote de raleio variava de acordo com a logística de abate da empresa integradora. Com base na curva padrão de ganho de peso do lote de aves, foi verificado se os pesos médios do lote de raleio e do lote remanescente, avaliados ao abate, estavam atendendo relativamente a esta curva de ganho de peso. A variável dependente analisada foi denominada de atendimento percentual à curva de ganho de peso (%CGP).
A curva padrão de ganho de peso foi baseada em informações de peso vivo dos lotes de animais da linhagem COBB 500, para a região de abrangência da empresa, obtida pela própria integradora em função do gênero e idade de abate (ID).
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