Osdival Pacheco², Antoniel Pospissil Gonçalves Franco¹, Bruna Maria Remonato¹, Sebastião Gonçalves Franco3
1. Aluno de graduação da UFPR, Curitiba-PR
2. Aluno do Programa de Pós-Graduação da UFPR, Curitiba-PR
3. Professor adjunto do departamento de zootecnia da UFPR, Curitiba-PR
Resumo: O objetivo deste experimento foi avaliar o efeito das diferentes relações energia : proteína sobre o desempenho de frangos de corte das linhagens coloniais Pesadão e Label Rouge (JA 57 ISA LABEL), criadas em sistema confinado no período de
Palavras-chaves: equilíbrio nutricional, Label Rouge, linhagem colonial, Pesadão
EFFECTS OF DIFFERENT LEVELS OF ENERGY AND PROTEIN OVER THE PERFORMANCE OF BROILERS FROM COLONIAL STRAIN
Abstract: The aim of this experiment was to evaluate the effect of different energy – protein relations on the performance of country strains cut chicken Pesadão and Label Rouge (JA 57 ISA LABEL), raised in confined system within the period 1-90 days of age. The ration’s ingredients were exclusively from vegetal origin. The average weight (g), ration consumption (g/bird) and alimentary convertion were evaluated in the ration’s energy level changes (14-28-42-56-70 and 90 days of age). It was used an entirely casual delineation with 12 treatments and 3 repetitions of 37 birds each. In factorial scheme 6 x 2 (six levels of energy and two strains). The increase the energy level in the pre-initial (1-14) and initial (15-28) rations, did not promote an increase on live weight, did not diminish the ration’s consumption and did not improve the alimentary convertion for the strains Pesadão and Label Rouge. Birds from Pesadão strains have better performance on the growing phases I (29-42 days); growing II (43-56 days) and final (57-90 days) than the Label Rouge strains. Pesadão strains are more efficient on using the protein and the ingested energy in relation to Label Rouge strains, on the proteic and energetic conversion’s point of view. The effect of growing levels of energy showed linear answer, what promoted for Pesadão strains a better index of productive efficiency.
Key-words: Nutritional balance, Label Rouge, country strains, Pesadão
Introdução
Uma grande parcela da população mundial preocupa-se cada vez mais em consumir alimentos livres de agrotóxicos, antibióticos e quimioterápicos utilizados na sua produção, abolindo o uso destes como promotores de crescimento nas rações dos animais. Recentes acontecimentos envolvendo riscos com relação à segurança dos alimentos reforçam este desejo e assim estabelece-se uma relação direta entre os alimentos e a saúde do ser humano. A grande procura e o trabalho da mídia enfocando as vantagens do consumo de produtos naturais, alimentos saudáveis, ecológicos e seguros, tem contribuído para o crescimento deste setor no Brasil.
A criação de frangos de corte tipo caipira ou colonial no Brasil foi regulamentada pelo Ofício Circular no 007/99 da Divisão de Operações Industriais, do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal e aditadas pelo Ofício Circular no 014/2000, do Ministério da Agricultura e do Abastecimento (Brasil, 1999), o qual estabelece normas de criação e a partir daí começaram as pesquisas relacionadas às exigências nutricionais destas aves, por serem totalmente diferentes daquelas dos frangos de corte híbrido, de linhagem comercial, portanto este trabalho teve como objetivo principal, o de avaliar o desempenho dos frangos de corte das linhagens Pesadão e Label Rouge, submetidos à diferentes relações energia:proteína.
Material e Métodos
Foram utilizados 1332 pintainhos, machos e fêmeas de um dia de idade, de duas linhagens tipo colonial, Pesadão e Label Rouge, alojadas em um galpão de alvenaria dotado de boxes medindo quatro m2.
Ultilizou-se um delineamento inteiramente casualizado, com 12 tratamentos e três repetições de 37 aves cada em esquema fatorial 6×2 (seis níveis de energia e duas linhagens). Os tratamentos foram compostos da seguinte forma:
Tratamento 1 (linhagem 1 – Pesadão) – ração pré inicial de
Tratamento 2 (linhagem 2 – Label Rouge) – idem a anterior.
Tratamento 3 (linhagem 1) – ração pré inicial 24/2860, inicial 22/2920, crescimento I 20/2980, crescimento II 18/3040 e ração final 16/3100.
Tratamento 4 (linhagem 2) – idem a anterior
Tratamento 5 (linhagem 1) – ração pré inicial 24/2920, inicial 22/2980, crescimento I 20/3040, crescimento II 18/3100 e final 16/3160.
Tratamento 6 (linhagem 2) – idem a anterior.
Tratamento 7 (linhagem 1) – ração pré inicial com 24% de proteína/2980 kcal EM/kg, inicial 22/3040, crescimento I 20/3100, crescimento II 18/3160 e ração final 16/3220.
Tratamento 8 (linhagem 2) – idem a anterior.
Tratamento 9 (linhagem 1) – ração pré inicial com 24% de proteína e 3040 kcal EM/kg, inicial 22/3100, crescimento I 20/3160, crescimento II 18/3220 e final 16/3280 kcal.
Tratamento 10 (linhagem 2) – idem a anterior
Tratamento 11 (linhagem1) – ração pré inicial com 24% de proteína e 3100 kcal, inicial com 22/3160, crescimento I com 20/3220, crescimento II com 18/3280 e final com 16% de proteína e 3340 kcal EM/kg de ração.
As rações foram constituídas de milho, farelo de soja, farelo de trigo e óleo vegetal, fornecida a vontade durante todo o experimento.
Foi utilizado o seguinte modelo matemático:
Yijk = μ + Li + Nj(r)+ LNij + Cov Pi + eijk, onde:
Yijk = valor observado k na linhagem i no nível de energia j;
μ = média geral;
Li = efeito da i-ésima linhagem, (i = Pesadão e 2 Label Rouge);
Nj = efeito j-ésimo nível de energia (j = 0, 60, 120, 180, 240 e 300)
Cov Pi = covariável – peso inicial
LNij = interação da linhagem versus nível de energia
Eijk = erro associado a cada observação Yijk
Os dados foram submetidos à análise de variância, utilizando-se o pacote estatístico SAEG (Euclides, 2003). Os níveis de energia foram submetidos aos desdobramentos de graus de liberdade
Resultados e Discussão
Analisando criteriosamente os dados obtidos, pode-se concluir que não houveram diferenças significativas (p≥0,05) para o peso médio e consumo de ração entre as linhagens analisadas na fase de
O fator de eficiência Produtiva (FEP) mostrou-se de forma linear (p≤0,01) com R2 = 0, 94, um melhor FEP foi alcançado com o aumento do nível de energia das rações, dados estes que concordam com aqueles obtidos por FIGUEIREDO et al. (2002). Concluiu-se ainda que a linhagem Pesadão mostrou-se mais eficiente quanto à utilização da energia e proteína contidas nas rações em relação à Label Rouge, sendo a diferença significativa (p≤0,01), tab. 1.
Conclusão
Com base nas condições em que o experimento foi realizado, concluiu-se que:
em relação a linhagem Label Rouge.
2. Os níveis crescentes de energia na ração propiciaram na linhagem Pesadão um
melhor índice de eficiência produtiva.
3.
Referências Bibliográficas
AVILA, V. S.; COLDEBELLA, A.; FIGUEIREDO, E.A.P.; PAR DE BRUM. Influência de diferentes níveis de energia no desempenho do frango colonial Embrapa 041, criado no sistema confinado e em semiconfinamento. Revista Brasileira de Ciência Avícola, v.6, p.125, 2002.
______Desempenho do frango Label Rouge criado no sistema confinado e em semiconfinamento, em função de diferentes níveis de energia: Revista Brasileira de Ciência Avícola, v.6, p.125, 2002.
FIGUEIREDO, E.A.P.; AVILA, V.S.; BELLAVER, C.; BOMM, E.R.; BOFF, J.A.; BASSI, L. Linhagens e sistema de criação para produção de frangos coloniais. Revista Brasileira de Ciência Avícola, v.5, p.110, 2002.
LATRILLE, L., MAGOFKES, S. WITKE, J.C.; GARCIA, E. Efecto del nivel de proteína em la racion inicial sobre el peso vivo de pollos broilers recriados em bateria em piso. Agricultura Tecnica, Chile, v.28, n.2, p.66-71, 1978.
OLIVEIRA, B. L. Criação de frangos de corte com separação de sexos e diferentes níveis protéicos. Belo Horizonte, 1975, 69p. Dissertação (Mestrado) Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais.
Tabela 1 MÉDIAS PARA PESO VIVO (G), CONSUMO DE RAÇÃO (G), CONVERSÃO ALIMENTAR E ÍNDICE DE EFICIÊNCIA PRODUTIVA DE FRANGOS DE CORTE COLONIAL DA LINHAGEM PESADÃO E LABEL ROUGE, ALIMENTANDOS COM DIETAS COM DIFERENTES RELAÇÕES DE ENERGIA/PROTEÍNA, AOS 90 DIAS DE IDADE.
Níveis de Energia Kcal/Kg
Linhagem 0 60 120 180 240 300 Média
Peso Vivo (g)
Pesadão 2627 2592 2696 2709 2726 2698 2675A
Label Rouge 2632 2633 2654 2614 2629 2697 2643A
Consumo de Ração (g)
Pesadão 8187 8120 7965 7962 7981 7667 7980A
Label Rouge 8602 8213 8210 8001 7700 7927 8109A
Conversão Alimentar
Pesadão 3,15 3,18 2,99 2,98 2,97 2,88 3,02A
Label Rouge 3,31 3,16 3,14 3,10 2,97 2,98 3,11B
Índice de eficiência produtiva (IEP)
Pesadão 91,73 89,92 97,13 100,22 101,20 99,72 96,58A
Label Rouge 80,72 85,10 87,67 84,75 91,61 93,87 87,28 B
Médias seguidas por letras distintas nas colunas diferem significativamente pelo teste F ao nível de 0,05 (p≤0,05)