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Em harmonia com o meio-ambiente

Em SC, através de biodigestores, dejetos suínos são reaproveitados como fertilizantes nas lavouras e ainda podem ser utilizados na geração de energia elétrica.

Redação SI 24/06/2004 – 06h15 – A poluição causada pelos dejetos da suinocultura começa a ter uma solução eficiente em Braço do Norte, no Sul do Estado, com a implantação de um projeto feito em parceria por órgãos dos governos Estadual e Federal e executado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Através de biodigestores, esses dejetos são reaproveitados como fertilizantes nas lavouras e ainda podem ser utilizados na geração de energia elétrica.

Os aparelhos foram instalados em caráter experimental em três propriedades do município. A inauguração oficial aconteceu terça-feira, em uma solenidade que teve a presença de políticos e da comunidade local. As unidades de pesquisa também estão presentes em Chapecó, Seara, Concórdia, Joaçaba, Iomerê, e Orleans. O custo total do projeto é de R$ 1,3 milhão.

De acordo com o coordenador do projeto, Hugo Gosmann, os dejetos são encaminhados para um primeiro tanque, através de bombeamento ou gravidade. Dali, passam por um reator, onde ocorre um processo de decomposição que resulta na produção de gás metano, transformado em energia elétrica com o auxílio de um gerador.

“Mas o objetivo maior é a questão ambiental. No final do processo, os dejetos são transformados em fertilizantes”, explica. Na maioria das propriedades da região, os tanques de decantação, mesmo que contestados, ainda se constituem na prática mais utilizada para evitar a poluição dos rios. Gosmman acredita que esse sistema de tratamento de dejetos será em breve uma forma de unir os suinocultores.

Poluição tem que ser combatida em conjunto

“Um produtor sozinho não consegue evitar a poluição. “Isso depende da conscientização de todos”, diz o coordenador. O produtor Vilibaldo Michels, de 41 anos, cuja propriedade foi selecionada para receber um dos três biodigestores, não consegue esconder a satisfação de ter sido beneficiado com o projeto.

“Melhora muito o nosso trabalho. Com esse equipamento evitamos ao máximo a poluição e ainda temos fertilizantes e a geração de energia elétrica própria”, conta. A suinocultura de Braço do Norte é a base da economia do município. São 220 produtores, que mantêm um total de 21 mil matrizes.