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Manejo

Em nome do bem-estar

<p>Frigoríficos de SC recebem qualificação para não maltratar animais na hora do abate. Estudo indica que lesões e fraturas causam perdas de 7% a 13%.</p>

Um proposta da Sociedade Mundial de Proteção Animal (WSPA) quer tornar o abate de animais menos doloroso. O primeiro Estado brasileiro a receber treinamento para isso será Santa Catarina. A organização não-governamental firmou uma parceria com o Ministério da Agricultura para qualificar as pessoas que trabalham nos frigoríficos, dentro do Programa Nacional de Abate Humanitário.

Com a qualificação, além de não maltratar os animais, os funcionários aprendem a melhorar as técnicas para deixá-los inconscientes antes da morte. Os frigoríficos também têm interesse econômico, já que estudos indicam perdas de 7% a 13% devido a lesões e fratura durante o manejo.

Outro benefício é na qualidade da carne. De acordo com a coordenadora dos treinamentos da WSPA, Charli Ludtke, um animal estressado reflete numa carne de pior qualidade, com alteração na cor e textura.

Charli disse que o Ministério da Agricultura já iniciou um programa de abate humanitário em 2000. O objetivo agora é qualificar os profissionais envolvidos no processo, com mais conhecimentos sobre a biologia do animal. O programa, denominado Steps (etapas) está sendo desenvolvido na China e no Brasil.

A Ong pretende incentivar um conceito de qualidade ética da carne. O bem estar animal é uma dos critérios observados pela União Européia. De acordo com a assessora técnica para o tema na Coopercentral Aurora, algumas adaptações nas instalações já devem ser feitas antes da visita da missão européia, prevista para outubro.

O treinamento dura dois dias. Em Santa Catarina já foram realizados 100 cursos, para duas mil pessoas, desde julho. O grupo vai depois para o Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo e Mato Grosso. Santa Catarina foi escolhida por ter uma boa organização fiscal e sanitária e grande concentração de frigoríficos.

A Embrapa Suínos e Aves de Concórdia (SC) também está desenvolvendo um trabalho de bem estar animal. De acordo com o pesquisador Osmar Dalla Costa, cerca de 80 motoristas da Aurora foram treinados desde o ano passado.

Os condutores são estimulados a identificar os fatores positivos e negativos durante o transporte. Depois recebem orientações de manutenção do caminhão, manejo pré-abate e forma de conduzir os animais. Eles também são estimulados a identificar problemas nas propriedades, para que possam ser corrigidos. O treinamento é de 27 horas.