Redação AI 23/09/2005 – A Embrapa Suínos e Aves vai testar os três métodos mais utilizados no país para a reutilização da cama de aviário. A pesquisa faz parte do esforço brasileiro liderado pelo Ministério da Agricultura e pela União Brasileira de Avicultura (UBA) para mostrar à Comunidade Européia que não existe risco sanitário na forma como as principais agroindústrias do Brasil reutilizam a cama para a produção de vários lotes de frangos.
Os questionamentos a respeito da reutilização da cama do aviário foram feitas recentemente por importadores europeus, que fazem exigências para a redução de riscos para a presença de microorganismos na de carne de frango brasileira. Em média, os produtores brasileiros utilizam a mesma cama para criar cinco lotes.
O objetivo do uso da cama de aviário é evitar o contato direto da ave com o piso, servir de substrato para a absorção da água, incorporação de fezes, urina e penas e contribuir para a redução das oscilações de temperatura no aviário. O material normalmente utilizado pelos produtores é a maravalha, um resíduo da industrialização da madeira. Em menor escala são usadas ainda casca de arroz, casca de café e outros materiais alternativos, dependendo da região do país.
A Embrapa Suínos e Aves vai testar três diferentes tipos de tratamento da cama do aviário para a redução de riscos microbiológicos. Um deles é o de empilhamento e fermentação após a retirada do lote de frangos. Outro é a fermentação da cama sem o empilhamento. O terceiro tipo é a secagem, com queima das penas por vassoura de fogo e aplicação posterior de cal hidratado sobre a cama.
Esses métodos de tratamento da cama de aviário são aplicados nas agroindústrias que mais vendem carne de frango para o exterior. Vamos analisar se eles estão de acordo com os padrões de exigência dos europeus explicou o pesquisador Cláudio Bellaver, chefe adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Suínos
e Aves.
Na verdade, o estudo da Embrapa em torno da cama do aviário é apenas uma pequena parte da preocupação brasileira em trabalhar nas boas práticas de produção nacional de frango, adaptando-as aos padrões reconhecidos internacionalmente.
Nossa intenção é descrever as boas práticas de produção para a avicultura brasileira, ajustanda-os às normas e padrões de certificação internacional, como o Eurepgap afirmou Bellaver.
O Eurepgap, formulado a partir de 1997 por supermercadistas europeus interessados na definição das boas práticas agrícolas, será utilizado como documento norteador porque possui alcance global na certificação.