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Embrapa deverá aplicar tecnologias para controle de pragas e doenças em grãos no Norte de São Paulo

<p>A lagarta-do-cartucho é um dos animais que prejudicam o cultuvo de insumos no Estado.</p>

Redação (26/11/2007)- A Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG) deverá estruturar um programa de transferência de tecnologias para tentar minimizar a alta incidência de pragas e doenças em lavouras de milho, principalmente, e sorgo do município de Guaíra, localizado no Norte do estado de São Paulo. A região, de baixa altitude – são 490 metros – sofre com o ataque da lagarta-do-cartucho na cultura do milho e a broca da cana-de-açúcar, a Diatraea saccharalis, já vem se tornando ameaça para as lavouras. “Faço praticamente uma aplicação de inseticida por semana para controlar a lagarta-do-cartucho”, comenta Gustavo Santana, engenheiro agrônomo e produtor rural. Com uma produtividade estimada em 140 sacas / hectare para a próxima safra, o produtor diz que a lagarta “talvez seja o maior gargalo para a cultura do milho na região”. Somado à incidência de outras pragas e doenças ocasionadas principalmente pela baixa altitude, a maioria dos produtores tem apostado no controle químico. “Pelo sim, pelo não, não se pode economizar com fungicidas e inseticidas”, diz Santana.

O perfil empresarial dos produtores rurais – em parte alavancado pela expansão da cana-de-açúcar; hoje, no município, são 24 mil hectares
ocupados pela cultura – mostra uma realidade em que tecnologias como o manejo integrado de pragas e doenças e o uso de cultivares tolerantes
podem ser alternativas para uma produção agropecuária mais sustentável. “Existem materiais tolerantes que não exigem aplicações sucessivas de

fungicidas, assim como manejo integrado de pragas pode reduzir o número de aplicações de inseticidas para o controle da lagarta”, comenta José Carlos Cruz, pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo.

Para a próxima safra o investimento em insumos está sendo compensado pela alta no preço do milho, cotado a até R$ 30 a saca. A facilidade de
escoamento da produção também é um atrativo para os produtores e a maioria tem apostado na exploração estratégica de diversas culturas. “Planto milho com intervalos de três semanas e consigo atender também à demanda por milho verde. Uso sorgo para suplementação do gado e para confinamento. A cana-de-açúcar vive um bom momento, mas devemos explorá-la estrategicamente para não ocuparmos um pivô, por exemplo, até a renovação do canavial e deixarmos de ganhar com a valorização temporária de outras culturas”, afirma Fernando Oliveira da Silva, produtor rural e engenheiro agrônomo.

Guaíra, no Norte de São Paulo, ainda é referência em agricultura irrigada. Reuniu, na década de 1980, o maior número de pivôs da América Latina. Com uma agricultura altamente tecnificada, o plantio direto é praticado, segundo José Eduardo Lelis, presidente do Sindicato Rural, em mais de 95%
da área ocupada por lavouras no município. A safrinha também é consolidada entre os produtores rurais, que a praticam em áreas de sequeiro inclusive com a cultura do sorgo. A discussão desses temas e uma tentativa de maior aproximação entre o Sindicato Rural, a Faesp (Federação da Agricultura do Estado de São Paulo), O Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) e a Embrapa Milho e Sorgo foram tratados no último sábado, 24, por pesquisadores, representantes das entidades, produtores rurais e o secretário municipal de Agricultura, José Carlos Junqueira. Guaíra foi
visitada por pesquisadores que participarão até a próxima quarta-feira, 26, do IX Seminário Nacional de Milho Safrinha, que acontece em Dourados-MS.

SEMINÁRIO – O IX Seminário Nacional de Milho Safrinha é uma promoção da Associação Brasileira de Milho e Sorgo (ABMS), com realização da Embrapa Agropecuária Oeste, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento e tem a parceria da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Associação de Engenheiros Agrônomos da Grande Dourados (AEAGRAN), Grupo Plantio na Palha (GPP), Sindicato Rural da cidade e Embrapa Milho e Sorgo, com apoio de diversas empresas de sementes e outras instituições. Mais informações: (67) 3425-5122 e
www.cpao.embrapa.br/milhosafrinha .