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Embrapa Soja divulga balanço sobre a ferrugem na safra 2007/08

<p>A média nacional de aplicações de fungicidas, para o controle da ferrugem asiática e das demais doenças que incidem na parte aérea da plantação, foi estimada em 2,2 aplicações por hectare.</p>

Redação (01/08/2008)- Com base em dados analisados durante a última reunião do Consórcio Antiferrugem, realizada no dia 26 de junho em Londrina (PR), a Embrapa Soja elaborou o balanço sobre a ferrugem asiática na safra 2007/08 de soja. “As perdas estimadas em grãos com a ferrugem da soja nesta safra, foram da ordem de 418,5 mil toneladas, representando menos de 1% da produção nacional”, afirma a pesquisadora da Embrapa Soja, Cláudia Godoy. Financeiramente, a perda em grãos representa um prejuízo de US$ 204,5 milhões.

A média nacional de aplicações de fungicidas, para o controle da ferrugem asiática e das demais doenças que incidem na parte aérea da plantação, foi estimada em 2,2 aplicações por hectare, semelhante a da safra 2006/07, que apresentou média de 2,3. Na safra 2007/08, o valor médio de cada aplicação foi de US$ 43 por hectare, o que resultou em um custo total de US$ 1,97 bilhão para controle da ferrugem asiática.

Os números alcançados, bastante favoráveis aos produtores, resultam das práticas de manejo adotadas durante a última safra, como o “vazio sanitário”, além da condição climática desfavorável à manutenção e multiplicação do fungo na entressafra de 2007. “O vazio sanitário é um período, de 60 a 90 dias, durante a entressafra, no qual não é permitido o plantio da soja, e tem contribuído para reduzir o inoculo da ferrugem para a safra seguinte”, explica Cláudia Godoy.

Neste ano, o vazio Sanitário é novidade nos estados do Paraná e da Bahia. O período sem a oleaginosa no campo varia entre os estados e o calendário completo pode ser consultado no site do Consórcio Antiferrugem (www.consorcioantiferrugem.net), onde também estão disponíveis informações e mapas dos focos da doença em todo o país.

José Nunes Junior, gerente de pesquisa e produção, do Centro Tecnológico para Pesquisas Agropecuárias de Goiânia (GO), ressalta a importância do produtor não relaxar diante do resultado positivo. Para ele, os números da safra 2007/08 devem-se, também, à “condição climática desfavorável para o desenvolvimento da ferrugem. Entre junho e outubro tivemos altas temperaturas e seca, o que não favoreceu o desenvolvimento de soja guaxa, (que nascem a partir de grãos perdidos na colheita anterior). Sendo assim, a soja guaxa não sobreviveu e nem a ferrugem”.

Ao contrário de 2007, que teve uma entressafra quente e seca e sem ferrugem, neste ano as chuvas prolongaram-se até o mês de junho, garantindo a umidade necessária para o desenvolvimento do fungo. “Para a safra 2008/09, a situação está mais preocupante. O levantamento do vazio sanitário realizado em diversos municípios de Mato Grosso no período de 8 a 16 de julho passado, mostrou que, em 50 pontos de amostragem onde havia soja guaxa, 42 estavam com ferrugem”, alerta o engenheiro agrônomo e consultor, José Tadashi Yorinori.

Portanto, é essencial que as plantas voluntárias sejam eliminadas do campo durante o período de vazio sanitário para não permitir que o fungo da ferrugem sobreviva. “O produtor tem que fazer isso dentro da propriedade dele. É obrigação dele”, frisa José Nunes Junior. As informações são da assessoria de imprensa da Embrapa Soja.