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Embrapa Suínos e Aves apresenta sistema de produção de suínos

Deep bedding utiliza cama sobreposta. Palestra será apresentada durante Seminário Nacional de Suinocultura.

Redação SI 20/04/01 15:00 – Durante o 9o Seminário Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura que acontece nos dias 25, 26 e 27 de abril em Gramado (RS) o pesquisador Paulo Armando Victória de Oliveira, área de engenharia agrícola, da Embrapa Suínos e Aves, vinculada ao Ministério da Agricultura e do Abastecimento, deverá palestrar sobre “sistema de produção de suínos em cama sobreposta – deep bedding”.

Os modelos de edificações em uso para a produção de suínos, ao induzirem o manejo de dejetos na forma líquida, favorecem o seu lançamento na natureza, sem tratamento prévio, constituindo-se numa das principais fontes de poluição ambiental nos grandes centros produtores. “A escolha do sistema de manejo dos dejetos é o maior desafio para a sobrevivência das zonas de produção intensiva, em razão dos riscos de poluição das águas superficiais e subterrâneas por nitratos, fósforo e outros elementos minerais ou orgânicos e, do ar, pelas emissões de amônia, gás carbônico, óxido nitroso e gás sulfídrico e, também, em função dos custos e dificuldades de armazenamento, tratamento, transporte, distribuição e utilização na agricultura”, afirma o pesquisador.

Os investimentos em tratamento de resíduos líquidos, por outro lado, nem sempre são compatíveis com a realidade econômica dos produtores e representam uma importante barreira para a solução do problema ambiental. O desenvolvimento de processos que agreguem valor econômico aos dejetos e que sejam capazes de reduzir não só o seu poder poluente, mas também o volume, os investimentos e os custos operacionais de manejo, são o maior desafio do momento.

Atualmente o sistema de criação de suínos dominante, nas fases de creche, crescimento e terminação é do tipo ripado total ou ripado parcial (81%), sendo os dejetos líquidos manejados internamente sob o piso ripado, ou externamente em canaletas abertas. Todos esses sistemas de produção exigem a utilização de esterqueiras ou de lagoas para o armazenamento dos dejetos. O volume total dos dejetos produzidos (dejetos líquidos produzidos pelos animais + perda de água nos bebedouros + água utilizada na limpeza) requer grandes estruturas para o armazenamento (os órgãos de fiscalização ambiental preconizam um tempo mínimo de 120 dias de retenção), áreas com culturas suficientes para o aproveitamento agronômico desses resíduos e, também, a disponibilidade de máquinas e equipamentos pelos produtores.

Segundo Oliveira, a produção de suínos em cama sobreposta, nas fases de creche e terminação, é alternativa viável para a produção de suínos em substituição ao sistema de criação sobre piso ripado (total ou parcial). A potencialidade de absorção de esterco e de urina que alguns materiais apresentam, promovem a compostagem “in situ””, visando a redução dos riscos de poluição e melhor valorização agronômica. O pesquisador esclareceu que o sistema permite obter um composto orgânico (relação C/N< 20), melhorar o condicionamento ambiental da edificação em virtude de sua dupla função (pavimento e compostagem), a eliminação total dos resíduos líquidos e menor emissão de gases poluentes e de odores.

Os principais materiais empregados como cama são a maravalha (aparas de madeira), a casca de arroz, a palha de cereais e a serragem (partículas finas de madeira).