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Energia renovável é saída para gastos em produção de aves

Tecnologia de biodigestor, aplicada usualmente a partir de dejetos de suínos e bovinos, está sendo utilizada também com aves; idéia é reduzir o custo da energia elétrica na avicultura.

Redação (13/03/2009)- Os altos gastos com energia elétrica para a climatização das granjas fizeram o avicultor Raimundo Alves Ferreira buscar uma solução que trouxesse mais economia para a produção. A saída veio com a utilização de biodigestores a partir da cama de frango (mistura que inclui dejetos das aves).

“Foi a forma que encontramos para gerar energia, reduzir custos e ainda ajudar o meio ambiente”, conta Raimundo, que trabalha com avicultura há oito anos em Palmeiras do Tocantins, a 477 km da capital Palmas (TO). Em 2002, ele começou a estudar o funcionamento de biodigestores, mas só encontrava aplicações práticas a partir do uso de dejetos de bovinos e suínos.

Com o apoio da Embrapa, de missões técnicas do Sebrae e da empresa Recolast, de São Paulo, responsável pela instalação de biodigestores, Raimundo conseguiu trazer essa técnica para a avicultura. O desafio era fazer o equipamento atingir os níveis de gás necessários para a produção de energia elétrica.

Em julho de 2007, o equipamento foi colocado na fazenda e em agosto de 2008 ocorreu a primeira queima do gás metano. “Agora estamos fazendo testes para verificar o melhor tipo de motor. Queremos fazer toda a granja funcionar com energia gerada a partir da cama de frango”, diz.

Segundo Raimundo, essa tecnologia vai ajudar bastante na redução do gasto com energia elétrica. Para a granja dele, que tem 42 mil aves a cada 60 dias, a energia elétrica representa de 30% a 40% do custo da produção. “Meus aviários atingem o valor de R$ 3 mil a R$ 4 mil de gasto com energia elétrica por lote criado. Cada um ocupa um tempo de 60 dias, sendo 45 para a criação e 15 para manejo sanitário dos galpões”, conta. “O clima aqui é bem quente. Então temos que manter a granja resfriada e aí se gasta muita energia”, completa.

“É sempre importante que os produtores estejam atentos e busquem soluções que possam melhorar a condição de produção, reduzir custos, aumentar as margens de lucro e ainda gerar novos mercados”, destaca Raimundo. Após os testes com o biodigestor, ele já pensa em produzir biofertilizante, também a partir da cama de frango, e dar mais autonomia para sua propriedade desenvolvendo outras atividades.

O assunto será tema de palestra durante evento interno do Sebrae: o Seminário Inovação no Agronegócio, que será realizado em Brasília de 18 a 20 de março.