Redação SI (25/09/06)- A escolha de reprodutores suínos é de fundamental importância para o bom desempenho da atividade suinícola, principalmente porque o macho representa 50% do material genético na criação. Tanto para monta natural quanto para coleta de sêmen, o reprodutor precisa apresentar qualidades genéticas e técnicas capazes de assegurar ganhos por meio da melhoria da produção e da produtividade.
O veterinário José Vanderlei Burim Galdeano, que atua na Cooperativa Agroindustrial dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano (Comigo), ressalta que o princípio do melhoramento genético praticado em granjas-núcleo está fundamentado na seleção constante dos animais de raças puras, incorporando a cada nova geração, melhorias nas características de importância econômica.
Desse modo, os criadores devem aproveitar os ganhos genéticos incorporados no processo de seleção de modo a garantir o melhor desempenho da atividade. Para isso, a recomendação é proceder à substituição de pelo menos 50% dos reprodutores a cada ano e utilizar os animais por um período máximo de dois anos. O criador deve adquirir um novo macho com idade aproximada de 5 meses, no mínimo com três meses de antecedência à necessidade de uso no rebanho. Isso porque o reprodutor deve passar por um período de adaptação ao novo ambiente, além do tempo necessário para atingir a maturidade sexual.
O que observar
De acordo com José Vanderlei, o suinocultor deve certificar-se de que a granja fornecedora do macho não tem problemas sanitários que signifiquem riscos para o rebanho. Também é fundamental observar aprumos, muito importante no caso de monta natural, pois o animal precisa de sustentação para as coberturas. Outros aspectos técnicos básicos são o ganho de peso diário, espessura de toucinho, conversão alimentar e porcentual de carne na carcaça. Manejo correto e nutrição balanceada são essenciais ao bom desempenho do reprodutor.
O veterinário da Comigo ressalta que um bom reprodutor pode cobrir até 30 matrizes em monta natural e chegar a 150 fêmeas no processo de inseminação artificial. Mas uma granja que possua 40 matrizes, por exemplo, deverá contar com pelo menos dois reprodutores, uma média de 20 fêmeas por animal. Atualmente, diversas granjas, mesmo de pequeno porte, têm optado pela inseminação artificial, com coleta realizada no próprio local. Já grandes complexos como a Perdigão possuem central de produção de sêmen para repasse aos integrados que atuam no processo de cria.
Ao contrário do sêmen bovino, o produto suíno não é congelado, mas apenas resfriado e a durabilidade é de 72 horas, podendo chegar em alguns casos a 96 horas. O sêmen coletado é diluído em solução adequada, multiplicando assim o número de doses viáveis. Dos 7 aos 9 meses de idade, o macho deve cobrir apenas uma fêmea por semana. Depois disso, pode-se intensificar o uso, porém não ultrapassando 10 cobrições em 14 dias, o que equivale servir a cinco fêmeas em duas semanas, com duas cobrições cada. Na idade adulta, a relação média deve ser de um macho para grupos de 20 fêmeas.