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Especialistas alertam sobre a chegada antecipada da ferrugem da soja

<p>Previsão foi baseada no clima favorável à propagação dos esporos, e a grande quantidade de soja tigüera.</p>

Redação (13/11/2008)- O plantio de soja já foi realizado e coloca novamente em pauta a maior preocupação dos sojicultores brasileiros: a ferrugem asiática, doença que pode comprometer a produtividade das lavouras em mais de 80%. Para a safra 2008/2009, especialistas na cultura prevêem a chegada antecipada da doença devido ao clima, que estará favorável à propagação dos esporos, como também devido a grande quantidade de soja tigüera (plantas voluntárias que germinaram a partir de grãos perdidos na colheita e que vegetaram espontaneamente até o inicio desta safra), que é uma importante fonte de inóculo do fungo da ferrugem.

Por esses fatores, a pressão da ferrugem deve ser maior do que na safra passada e os produtores devem estar preparados para evitar uma epidemia da doença. “Nas duas últimas safras, não ocorreu o problema da soja tigüera e o clima foi um pouco mais seco. Outro ponto que poderá ser favorável ao aparecimento antecipado é a forte presença da doença nas lavouras bolivianas, que poderão ser trazidas pelo vento para as lavouras do Mato Grosso”, explica o fitopatologista do Programa Consultoria Agrícola, Tiago Vieira Camargo.

Além disso, a diminuição do uso de fertilizante previsto para esta safra, principalmente o potássio (K), poderá deixar a soja menos nutrida e mais suscetível ao ataque da doença. “Sempre que uma doença tem sua chegada antecipada, principalmente uma que se dissemina pelo vento e recobre uma grande área plantada, é possível que haja uma alta incidência e severidade durante a safra, causando assim perdas significativas ao produtor e a sojicultura brasileira”, destaca o pesquisador Marcos Massamitsu Iamamoto.

Os especialistas alertam sobre a importância de capacitar suas equipes de campo para o monitoramento da doença. “O ponto-chave para esta safra, no que se refere ao controle da ferrugem da soja, é capacitar seus profissionais para que eles possam detectar e indicar o melhor momento para a aplicação de fungicidas, no momento mais adequado e com os produtos corretos. Além disso, deve ser respeitado o período residual de cada produto, em função da pressão da doença (é uma decisão muito técnica) e que pode ser o limite entre o sucesso ou a perda de produtividade durante a safra”, ressalta Camargo.

Prevenir é a melhor solução

Os sojicultores brasileiros sabem que com a ferrugem a adoção de manejo preventivo é a única forma de evitar perdas significativas de produtividade causadas pela severidade da doença. Por isso, a prevenção é o modo mais econômico de controlar a doença, ainda mais agora com a detecção de populações menos sensíveis a fungicidas nos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. “Atualmente, o produtor tem à disposição produtos eficientes para o manejo da ferrugem da soja, como os que possuem estrobilurina mais triazol, que apresentam excelente desempenho, desde que seja seguida a recomendação correta de utilização dos produtos”, explica Iamamoto.

O trabalho preventivo, que deve sempre começar com o vazio sanitário (obrigatório para as regiões produtoras de soja em todo o Brasil), tem como uma de suas primeiras ações o tratamento de sementes, que proporciona proteção no início do desenvolvimento da planta de soja, atrasando a evolução da doença e maximizando os resultados do fungicida foliar. A única ferramenta disponível atualmente neste segmento é a solução à base de fluquinconazole, que viabiliza a proteção de uma importante parte da planta, o terço inferior, região de maior umidade e responsável pelo desenvolvimento do inóculo inicial da ferrugem. O terço inferior da planta de soja é responsável por um terço da produção das lavouras.

A seqüência do tratamento preventivo das lavouras para o controle da ferrugem da soja é realizada via foliar, com a adoção de fungicidas com diferentes modos de ação como antiesporulante, sistêmico e curativo. “Estas características estão presentes nos produtos à base de estrobilurina mais triazol”, destaca Iamamoto.

Para não ter surpresas, o sojicultor precisa se planejar para controlar a doença de forma efetiva durante a safra. “Aquele produtor que ficar apenas esperando o estágio da soja (calendário) para realizar as aplicações poderá ter resultados desagradáveis no final da safra, além de conseqüentemente produzir inóculos do fungo da ferrugem e disseminando para outros produtores que monitoram e controlam a doença de forma correta”, alerta Camargo. As informações são da assessoria de imprensa da Bayer.