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Estágios tecnológicos da IA em suínos

Um resumo sobre a evolução da técnica da inseminação artificial em suínos.

Redação SI 16/01/2002 – Em todo o mundo, a inseminação artificial em suínos é hoje baseada na tecnologia do sêmen líquido (ou sêmen resfriado), mantido em temperaturas de 15 graus Celsius a 18. Com esta tecnologia, o sêmen conserva-se viável pelo período médio de três dias. Diferentes diluentes são usados para a conservação do sêmen suíno, sendo os mais comuns: BTS, MR-A, Androhep e Kiew. O volume da dose inseminante varia entre 80ml e 100ml, contendo usualmente três bilhões de espermatozóides/dose. Frascos com tampa de rosca, tubos e “blisters”, confeccionados em plástico descartável, são as embalagens mais comuns para as doses de sêmen.

No entanto, a IA ainda apresenta limitações aos usuários e continua a representar um desafio para a pesquisa. O período de conservação do sêmen com os diluentes usuais é curto, e diluentes que permitem estender este período por dois ou três dias adicionais têm custo elevado. A temperatura ideal para a preservação espermática, entre 150C e 180C, é de difícil manutenção especialmente em países com temperaturas ambientais extremas; e há carência de embalagens que atendam plenamente as exigências técnicas e de custo para o transporte do sêmen.

Além disso, na moderna exploração suinícola, os resultados técnicos da inseminação artificial buscam um desempenho reprodutivo ótimo traduzido pela taxa de parição e pelo tamanho das leitegadas, com o menor número de doses aplicadas por fêmea no estro e com a menor concentração possível de espermatozóides por dose inseminante. No estágio atual da pesquisa, a busca da redução do número de inseminações por fêmea, sem reduzir o desempenho reprodutivo, é possível por meio de duas alternativas (Soede et al., 2000) :

– Pelo aumento do período no qual uma dose inseminante conduz a resultados ideais de fertilização, ou seja, aumentando a vida fértil dos espermatozóides ou dos oócitos dentro do trato reprodutivo da porca;

– Pela melhoria da sincronização entre a inseminação e a ovulação, ou seja, melhorando a predição do momento da ovulação.

A partir dos anos 90, a ultrasonografia permitiu muitos estudos enfocando a avaliação do momento da ovulação espontânea nas porcas, melhorando o entendimento sobre o assunto e sobre os efeitos das diferentes estratégias de inseminação sobre a fertilização. Hoje é possível afirmar que o sêmen de boa qualidade com, no máximo, 48 horas de conservação, assegura boa taxa de fertilização na maioria das porcas, quando a inseminação ocorre entre 0 e 24 horas antes da ovulação. Entretanto, também já é conhecido que fatores que reduzem o número e/ou a qualidade dos espermatozóides que alcançam o oviduto encurtam esse período de 24 horas, no qual a IA resulta em ótima fertilização. Entre esses fatores podem ser citados o tempo de armazenamento das doses; o tipo de diluente utilizado, o congelamento do sêmen e o refluxo de sêmen durante a inseminação (acima de 20 ml em doses de baixa concentração espermática).

Isabel Scheid e Paulo Silveira – Embrapa Suínos e Aves