A castração cirúrgica de suínos machos (gonadectomia) é um procedimento amplamente difundido nos sistemas de produção de suínos do Brasil e no mundo, realizado nos primeiros dias de vida dos leitões e junto de demais manejos como corte de cauda e desgaste de dentes.
O principal objetivo da técnica é eliminar possíveis odores na carcaça, primariamente causados por compostos como androsterona e escatol. A imunocastração surgiu como uma técnica capaz de suprimir a expressão dos compostos mal odoríferos nas carcaças, evitando, ao mesmo tempo, os problemas decorrentes do mal-estar. Isso porque a castração cirúrgica está associada a reações adversas nos animais, como estresse, inflamação e lesão tecidual.
Com o advento da imunocastração, criou-se a possibilidade de explorar o potencial de crescimento e deposição de carne magra de machos inteiros até o período de início da terminação. Por outro lado, uma nova categoria surgiu, tendo em vista que após a aplicação da segunda dose, o animal se torna imunologicamente castrado.
Na prática, muitas vezes, os machos imunocastrados acabam sendo penalizados, pois os suinocultores e técnicos não diferenciam os níveis nutricionais da dieta e da quantidade de ração ofertada aos animais. Assim, eles acabam consumindo as dietas oferecidas para outras categorias do plantel, como machos castrados cirurgicamente e fêmeas, fazendo com que não expressem seu máximo potencial.
Entre os aminoácidos essenciais, a lisina é considerada o primeiro aminoácido limitante para suínos. Além disso, os ajustes dos demais aminoácidos em relação à lisina devem ser observados durante a formulação das dietas. O fornecimento desse nutriente em níveis abaixo da exigência pode diminuir a eficiência produtiva e limitar a deposição de proteína na carcaça dos suínos.
Uma alternativa nutricional já bem difundida e estabelecida nas dietas para suínos na fase de terminação é a ractopamina, um agonista beta-adrenergético, classificado como aditivo melhorador de desempenho, que age modificando o metabolismo animal, contribuindo na melhoria da conversão alimentar, aumento do ganho de peso e redução na gordura da carcaça.
O ajuste do nível de energia na dieta é outra importante ferramenta para melhoria da produtividade de suínos. O organismo necessita da energia para manter suas atividades metabólicas e, mais do que isso, a formulação das dietas torna-se mais precisa com ajuste energético, tendo em vista que a partição de energia no organismo influencia diretamente o ganho de peso e o consumo de ração.
O consumo de ração e a conversão alimentar de machos imunocastrados se assemelham aos de machos inteiros até a segunda dose, quando passam a apresentar maior semelhança com os castrados cirurgicamente, sendo que duas semanas após a segunda imunização ocorre um aumento da ingestão de ração e, consequentemente, na deposição de gordura dos suínos imunocastrados.
O excesso de consumo de energia que ocorre na fase de terminação dos suínos alimentados à vontade pode ser evitado pela restrição de fornecimento de ração, podendo ser aplicada de duas maneiras. A primeira consiste na redução da quantidade de ração fornecida, denominada de restrição alimentar quantitativa e a outra trabalha na redução da densidade de nutrientes da dieta, nesse caso, denominada restrição alimentar qualitativa.
As principais estratégias nutricionais que parecem nortear a alimentação de machos imunocastrados são a suplementação de lisina e ractopamina, o ajuste dos níveis energéticos da dieta, bem como a aplicação de restrição alimentar. Essas estratégias devem ser revistas para possibilitar a expressão máxima de desempenho da categoria.