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Excesso de chuva no Sul pode atrapalhar colheita de trigo e milho

<p>Até o início de agosto, a perspectiva era que o El Nio não se manifestaria em 2008, mas o cenário mudou ao longo do mês.</p>

Redação (03/09/2008) – As projeções de clima para os próximos meses ainda apontam para um cenário sem maiores sobressaltos no período de plantio da safra de verão. No entanto, as chuvas em demasia registradas na região Sul nas últimas semanas podem atrapalhar a fase final de colheita das lavouras de inverno, como trigo e o milho de segunda safra ("safrinha"), segundo Expedito Rebello, chefe do serviço de pesquisa aplicada do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

Nos últimos dez dias, até ontem, a chuva na região, concentrada nos Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul e considerada de distribuição regular, chegou a 150 milímetros. "E ainda deve chover mais 100 milímetros nos próximos dias", disse Rebello. As precipitações acima da média são resultado do fenômeno El Nio, causado pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico e que, no Brasil, costuma ter como conseqüência chuvas no Sul e tempo seco, com temperaturas acima da média, no Sudeste e no Centro-Oeste. Até o início de agosto, a perspectiva era que o El Nio não se manifestaria em 2008, mas o cenário mudou ao longo do mês.

Ainda assim, afirma Rebello, este tem sido um El Nio de pouca força. "Não há evidência, pelo menos até o momento, de que ele possa ganhar força no Pacífico ou que possa ficar mais forte no Brasil", disse.

No último fim de semana, um volume de 20 milímetros de chuvas foi registrado em Goiás, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. A precipitação deve ter pouca influência para o plantio da safra de verão no Centro-Oeste, segundo Rebello. Ela ajudou, ao menos, a amenizar a secura na região, que ficou 121 dias sem chuvas.

A previsão de início das chuvas entre a segunda metade de setembro e o início de outubro está mantida. Do começo de outubro a 10 de dezembro, período de plantio de soja e milho na região, a média é de 680 milímetros. Essas culturas precisam de pelo menos 600 milímetros, e a tendência é que a exigência mínima seja atingida, afirmou.