O setor de máquinas e equipamentos agrícolas no Brasil deverá enfrentar uma retração de 25% no faturamento em 2024, com expectativa de atingir R$ 56 bilhões, segundo estimativas da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). Esse valor representa uma queda significativa em comparação com os R$ 74 bilhões registrados em 2023 e os R$ 95 bilhões em 2022.
De acordo com Pedro Estevão, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas (CSMIA) da Abimaq, os números de 2024, baseados nas vendas até setembro, já eram esperados devido a fatores conhecidos no setor. Entre eles, destacam-se a queda nos preços das commodities, a estabilidade na área de plantio e a seca que afetou a maior parte das áreas produtoras.
Durante o 24º Seminário de Planejamento Estratégico Empresarial da Abimaq, realizado em São Paulo, Estevão ressaltou que o investimento dos produtores em maquinário agrícola tem uma relação direta com a valorização da soja. “Desde que acompanho o setor, os investimentos sempre crescem quando os preços da soja aumentam e diminuem quando o preço do grão cai”, comentou o executivo.
Outro fator apontado para a queda no faturamento é a estabilização da área plantada no Brasil após um período de expansão significativa entre 2019 e 2023, quando foram incorporados 15 milhões de hectares. Para a safra 2023/24, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que serão semeados 79,82 milhões de hectares, um aumento modesto de 1,6% em comparação com a safra anterior.
Por fim, Estevão destacou que, embora o setor já esperasse uma retração, a severa seca nas principais regiões agrícolas do país surpreendeu negativamente. “A seca elevou os custos de produção e diminuiu ainda mais o interesse dos produtores em renovar suas máquinas”, concluiu.
Fonte: ABIMAQ