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Frango caipira vira carne nobre

Somente redes de supermercados de Campo Grande exigem 70 ton/mês do produto, embora produção seja de apenas 40 t/mês.

Redação AI 04/11/2002 – A carne de frango caipira está ganhando status de carne nobre em Mato Grosso do Sul e fora dele. E a maior prova disso é a demanda manifestada somente pelas redes de supermercados de Campo Grande, de 70 toneladas/mês, sendo que a produção estadual ainda é de apenas 40 toneladas/mês.

Ao mesmo tempo em que aumenta o espaço da carne de frango caipira no mercado consumidor, os produtores a maioria de assentamentos rurais têm grandes dificuldades em função da inexistência de uma legislação específica e a falta de infra-estrutura e de técnicas ecologicamente corretas que garantam uma produção com qualidade e que atenda exigências da legislação sanitária.

O assunto foi tratado na última quinta-feira pelo Comitê  da Cadeia Produtiva do Frango Caipira, durante reunião no auditório do Incra, em Campo Grande. Compareceram representantes de associações de produtores, órgãos públicos, universidades, como a UCDB, que desenvolve projetos com frango caipira, e empresas envolvidas no processo.

A expectativa dos produtores é muito grande a partir de uma demanda crescente, da pouca oferta do produto e dos bons preços que começam a ser praticados em relação a esse produto.

Existe, no entanto, uma série de problemas a serem superados para que seja possível comercializar o frango caipira em escala comercial. O técnico da Secretaria da Produção Benedito Lázaro, na sua intervenção durante a reunião, demonstrou preocupação quanto à necessidade de se ter uma legislação especial a partir da realidade de atendimento em grande escala comercial.

Já Odilon Rosa de Matos, do Iagro, disse que não há o menor problema quanto à falta de legislação, pois os produtores podem produzir normalmente com o que existe em vigor em termos de legislação. Quanto à parte sanitária, disse que eles devem obedecer à risca às recomendações do Iagro, mesmo porque essa obediência é uma garantia para os produtores e o Iagro está aí para servi-los, nunca para atravancar os seus negócios, ressaltou.

Depois de muito diálogo, ficou definido que os produtores deverão procurar se enquadrar na lei existente e passar a executar seus projetos de forma definitiva, pois as perspectivas são as melhores possíveis. Em Brasília, por exemplo, o processo está bem mais adiantado a partir de uma organização maior, tanto que a primeira remessa de 40 toneladas de frango caipira para o Afeganistão está fechada e deverá ocorrer ainda neste mês de novembro.