Em Ipeúna, São Paulo, fica uma das unidades de uma granja de aves certificada pela Ecocert. O programa lista 86 requisitos que os criadores de frangos e galinhas poedeiras têm que seguir.
A primeira diferença dos aviários tradicionais é o galpão das galinhas. Elas não ficam em gaiolas, apertadas, como é comum em produção de grande escala. Vivem andando por aí, sobem no poleiro, são tranquilas, mas atentas ao que se passa. Não fogem quando pessoas chegam perto, pelo contrário, são curiosas.
Pode parecer um detalhe pequeno, mas segundo a certificação de bem-estar animal, o piso dos alojamentos deve ser completamente coberto por uma cama feita com material de boa qualidade que permita que as aves tomem um banho de areia. Essa é uma atividade que faz bem às galinhas e quando elas conseguem exercitar esses comportamentos naturais, os fatores de estresse são reduzidos.
Outra exigência da certificação é ter uma enfermaria para animais doentes, para que possam receber tratamento.
A prática da debicagem, que é cortar o bico dos pintinhos para evitar que eles machuquem uns aos outros, não é proibida, mas é contrária aos princípios de bem estar. Se a granja adotar a debicagem, ela tem que ser feita até os 10 dias de idade. Na granja-modelo, só as galinhas dos lotes mais antigos foram debicadas. Nos lotes novos, o bico é inteiro e há poucos casos de lesão.
No galpão dos frangos, também tem que haver espaço suficiente. Um dos principais indicativos de bem-estar dos frangos é a movimentação. Frango muito parado não é bom sinal.
Outra novidade é um piquete anexo ao galpão, com grama, para que os frangos possam pastar. Isso estimula uma prática instintiva, que é passar a maior parte do dia bicando o chão em busca de insetos e outros alimentos. O local é aberto, mas cercado para evitar a invasão de predadores.
A ração é feita na granja, que fabrica 1.400 toneladas por mês, com milho, farelo de soja, minerais e vitaminas. Nada é de origem animal.
Assista ao vídeo e confira como funciona o trabalho de dois produtores integrados.