Para ganhar escalas e equilibrar a oferta num período de entressafra e garantir a concorrência do mercado, os frigoríficos montam também seus próprios confinamentos. O Bertin e o Minerva são exemplos de como as empresas estão investindo e fazendo milagre em casa. São eles que também são responsáveis pelo mercado e garantem ao pecuarista que sua produção será escoada.
Na opinião de Maria Gabriela Tonini, da Scot Consultoria, ao contrário de alguns grupos de confinadores que sofreram com os problemas de crédito, os confinamentos dos frigoríficos é uma nova realidade que vem crescendo e garantindo a expansão deste sistema. “Cada vez mais os frigoríficos buscam garantir parte da matéria-prima, ainda mais em épocas de pouca oferta como a atual”, afirma.
Com três confinamentos com capacidade para terminação de 197 mil bois/ano, a Bertin Agropecuária investiu pesado para garantir a demanda do mercado, com bons resultados. “Há alguns anos, na prática, não sentimos mais os efeitos da entressafra. Isso se deve ao aumento do número de confinamentos em todo o país, que agrega aproximadamente 2,5 milhões de cabeças”, diz José Antônio Lima, gerente de Compras de gado da empresa.
Na Bertin, especificamente, os bovinos vindos de confinamento começam a ser abatidos no segundo semestre, sendo que em outubro (quando essa participação é maior) entre 30% e 40% do que é abatido vem de confinamento. Em algumas unidades da Bertin, esse percentual é ainda maior, com o abate de confinados chegando a 75%. Dessa forma, na entressafra a empresa mantém o número de abate normal.
Quando têm animais próprios para abate, os frigoríficos ficam menos fragilizados. Porém, uma unidade de abate nunca vai produzir todo o volume necessário, uma vez que seu negócio é produzir carne. A estratégia continua sendo a de possuir uma menor capacidade instalada, mas com alta utilização, inclusive podendo desossar carcaças de terceiros, desta forma obtém-se maior rentabilidade nas operações em momentos de boi caro.