Redação (13/10/2008)- O governo federal prepara uma força-tarefa para aprimorar o Programa de Abate Humanitário. A parceria entre o Ministério da Agricultura (Mapa) e a Sociedade Mundial de Proteção Animal (WSPA) busca padronizar e melhorar o manejo de forma a garantir menos sofrimento aos animais. O treinamento se estenderá por seis meses em cada um dos quatro estados escolhidos. A qualificação terá início em fevereiro de 2009 em Santa Catarina. No RS, a ação deverá ser desenvolvida em 2010. Paraná e São Paulo também estão no cronograma.
O objetivo é, por meio do treinamento de fiscais federais e inspetores de frigoríficos, aprimorar o abate, desembarque, a densidade no transporte, a condução e a manutenção da insensibilização de aves, suínos e bovinos. Neste mês, começam os cursos para a formação da equipe que ministrará os treinamentos. O diretor do Dipoa, Nelmon Oliveira, informa que o abate humanitário está previsto na instrução normativa 3/1998, e todas as plantas dever ter programas nesta área.
"Os benefícios não são só para o bem-estar dos animais, mas também para redução de perdas econômicas", afirma a gerente da WSPA, Charlí Ludtke. Ela pondera que o estresse do animal repercute na carne. "Não é porque o animal é para abate que isso tem que ser feito com sofrimento." Segundo Charlí, a legislação sobre bem-estar animal está sendo revista no Brasil e o país também passa a contar com uma comissão para tratar do assunto. "A OIE e a OMC já estão cobrando isso", observa.
O especialista canadense Luigi Falcitano explica que a atenção ao tema irá crescer no Brasil. "A maior motivação é o mercado da União Européia, onde o consumidor está muito interessado em bem-estar animal." Segundo ele, o investimento é vital para consolidar mercados.