Redação (13/10/2008)- Os suinocultores goianos costumam improvisar um local na própria granja para cuidar dos animais doentes. O resultado, na maioria dos casos, não é o esperado porque, mesmo estando isolado dos demais, o suíno não é colocado em local adequado nem recebe os cuidados de que precisa. Por isso, os especialistas recomendam: as granjas de crescimento/terminação devem contar com uma baia-hospital.
Também chamada de sala- hospital, ela é o local apropriado para o tratamento e a recuperação dos suínos doentes. Para isso, tem de ser o local mais confortável e mais higiênico da granja e deve possibilitar o fácil acesso dos animais à água e à alimentação.
Segundo o pesquisador da Embrapa Suínos e Aves, Nelson Morés, uma das primeiras dificuldades que o suíno doente enfrenta é a competição animal. Nas baias comuns, eles são intimidados pelos companheiros e, às vezes, não conseguem chegar ao bebedouro ou comedouro. Sem hidratação e comida, fica ainda mais debilitado e, mesmo que seja medicado individualmente, terá menos chance de se recuperar.
Se a doença provocar dificuldade de locomoção, muitas vezes é necessário prever o fornecimento de água diretamente na boca do animal. Nestes casos, pode-se utilizar garrafas pets ou mangueiras.
Do mesmo modo, o suíno doente precisa de conforto. Para ser confortável, a baia-hospital deve estar livre de correntes de ar e precisa ter uma temperatura ambiente agradável aos animais. Nelson Morés explica que um suíno sadio, na fase de crescimento, precisa de temperatura entre 22 graus e 24 graus. Se estiver doente, seu metabolismo fica mais lento e, para ser confortável, a temperatura deve ser de 2 graus a mais.
Outra exigência para a baia- hospital é de que seja um ambiente com boa higiene, que deve ser limpo diariamente e desinfetado de duas a três vezes por semana. Nelson Morés recomenda a instalação de um sistema de nebulização para fazer a desinfecção aérea.
Segundo explica, a desinfecção é importante para evitar a disseminação de doenças para outras partes da granja. “Para evitar ou reduzir a possibilidade de disseminação, também recomendamos que a sala-hospital seja isolada das demais instalações”, reforça.
Outra recomendação é de que a baia-hospital seja pequena, com capacidade para quatro ou cinco animais doentes. Isso significa que granjas com grande número de animais devem ter mais de uma baia-hospital. O dimensionamento tem de ser feito prevendo o alojamento de 6% a 8% do total do plantel, nas granjas de terminação, e de 5% nas granjas de crescimento.