Redação SI 22/08/2003 – Diarréias em leitões podem ser evitadas ou até controladas, mas um manejo inadequado pode levar a perdas consideráveis na propriedade. Os cuidados começam na maternidade. Antes da entrada da matriz, a sala deve ser completamente lavada e desinfetada e ficar quatro dias sem ser habitada. É o chamado vazio sanitário.
O frio é um dos fatores que propiciam a ocorrência de infecções em leitões. Portanto, eles devem ser mantidos aquecidos, a temperaturas entre 30 graus 32 graus C. A água é outro fator fundamental, e não pode faltar, nem para a fêmea nem para os leitões.
Alimentar bem a matriz também fundamental. Durante o período de amamentação, ela deve receber cerca de 2 kg de ração por dia. “Se a mãe e os filhotes comem e bebem normalmente e a baia for mantida limpa, não haverá problemas”, atesta Claudiney Vieira, técnico agropecuário da Suinocop, onde são criados 4 mil animais, sendo 600 leitões.
Simone Perecmanis, professora da Faculdade de Agronomia e Veterinária da Universidade de Brasília, explica que há 20 anos a diarréia em suínos era uma causa comum para a perda de animais. Hoje, contudo, essa perda só ocorre em função do manejo inadequado. A prevenção vai da higiene à vacinação. “Toda estrutura tem um custo alto e a vacina é o menor”, afirma ela, lembrando que a limpeza é fundamental.
Ao longo das primeiras semanas, vários fatores podem contribuir para a diarréia. Num ambiente muito sujo, as bactérias encontram alimento no chão, facilitando sua proliferação. O próprio tratador, se não tiver uma higiene rigorosa, pode ser fonte de contaminação, e a mistura de vários lotes de leitões pode facilitar a transmissão de enfermidades.
A exigência de profissionalização, incentivada pela competição e pelos mercados compradores, reduziu a concepção da criação de suínos em ambientes sem higiene. Hoje a maioria das granjas adota vazios sanitários e só permite a entrada de pessoas com roupas, botas e gorros, para proteger os animais da contaminação por bactérias e vírus.