Redação SI 10/03/2003 – O alerta é do médico veterinário, Rogério Paulo Tovo, responsável pela Granja de Suínos e pelo Projeto Suinocultura da Coamo. Segundo Tovo, é nesta época do ano que os animais mais sofrem. A recomendação é para que o produtor volte as suas atenções para o manejo, que deve ser diferente.
Instalações, transporte e o fornecimento de água e de alimentos aos animais são questões decisivas para garantir um bom plantel.
“A falta de chuvas tem diminuído a quantidade de água disponível em algumas propriedades”, lamenta Rogério Tovo. A escassez de água age na contramão da necessidade. Segundo o veterinário a temporada exige um manejo com água em abundância para manter a limpeza dos animais e controlando o odor e as moscas, que nesta época também aumenta de população nas propriedades. “Outra preocupação é com o calor intenso”, completa. “O risco dos animais perderem peso é maior e eles podem morrer por congestão alimentar e até por estresse”.
Um bom manejo é muito importante e além de confortar os animais evita a queda da produtividade. Ao contrário do que se pensa, o conforto térmico não é um luxo e sim a temperatura ideal para que os animais mantenham a produtividade, ganhando peso ou produzindo mais leitões para que o negócio seja economicamente viável. De acordo com o veterinário da Coamo, no caso de fêmeas adultas e animais de terminação, a temperatura ideal oscila entre 18 a 22 graus. No caso de leitões, a variação fica entre 25 a 28 graus. Nos horários de “pico” os animais convivem com temperaturas entre 30 a 35 graus, excedendo a temperatura ideal de conforto para que o plantel mantenha a sua produção”.
Para reduzir o calor – O suíno é uma espécie que prefere temperaturas baixas, e consequentemente sofre com o calor, principalmente quando as instalações são cobertas com telhas tipo “eternit”. No calor, isto torna o ambiente ainda mais quente. Tovo recomenda que neste caso o produtor realize pintura na parte superior do telhado com uma mistura de cal com cola.
Outra forma de reduzir o calor seria a poda das árvores muito próximas às instalações (o que deve ser feito até atingir a altura do telhado). “Essas são algumas das recomendações que o produtor deve incorporar à propriedade para diminuir a incidência do calor dentro das instalações”. Para evitar problemas de stress, de congestão animal e possíveis óbitos, Tovo recomenda o transporte nas horas mais frescas do dia (de manhã até às 7 horas e à noite) e com os animais em jejum de no mínimo 12 horas.
Durante o verão o consumo de energia (para manter a temperatura do corpo) não é tão necessário. Portanto, o produtor pode economizar e racionalizar o fornecimento de alimentos energéticos aos suínos. “O suinocultor pode aproveitar e fornecer na ração animal, farelo de milho, trigo, triguilho, triticale, sorgo e até mesmo a aveia. Seguindo estas recomendações de manejo durante o verão e caprichando no fornecimento de água, ganha o produtor e seu rebanho, conclui Tovo.