Para contribuir na redução de emissões de gases de efeito estufa, foi assinado nesta quarta-feira, dia 2 de maio, no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), um protocolo de intenções para recuperação de pastagens degradadas. O documento de cooperação, com validade de 10 anos, foi firmado entre o Mapa, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Grupo de Trabalho de Pecuária Sustentável (GTPS), formado por representantes de diferentes segmentos que integram a cadeia de valor da pecuária bovina no Brasil. A meta, inserida no Programa Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC), é recuperar 15 milhões de hectares até 2020.
A próxima etapa será a elaboração de um plano de trabalho com o objetivo de difundir os benefícios da adoção de técnicas agrícolas sustentáveis. Entre as práticas incentivadas, está a integração lavoura-pecuária-floresta (iLPF), que alterna pastagem com agricultura e floresta numa mesma área.
Segundo o secretário executivo do Mapa, José Carlos Vaz, o ministério, a Embrapa e o GTPS também vão promover cursos de formação e capacitação técnica, além de atuarem conjuntamente na obtenção de recursos para a execução das ações propostas. Também serão desenvolvidas atividades e estudos comprovando os benefícios econômicos, sociais e ambientais a partir das boas práticas agropecuárias.
“O trabalho deve ainda estimular essas práticas de outras formas, como um processo de certificação. A partir do reconhecimento quanto à recuperação dessas áreas, pretende-se ampliar o mercado para as propriedades que adotem técnicas produtivas sustentáveis”, afirmou o secretário.
Expansão agrícola
O incentivo do uso de tecnologias que propiciem a recuperação de áreas degradadas também foi destacado pelo diretor executivo da Embrapa, Maurício Lopes. Segundo ele, além de auxiliar no compromisso do Brasil de reduzir entre 83 milhões e 104 milhões de toneladas de CO2, a adoção dessas práticas ainda vai auxiliar na ampliação da fronteira agrícola. “Temos uma extensão territorial de áreas degradadas que, se recuperadas, poderão garantir a extensão da fronteira agrícola, sem a necessidade de aumentar o desmatamento”, explicou Maurício.