Redação (19/10/06) – A preservação do Meio Ambiente e a permanência do suinocultor em sua atividade, com sustentabilidade da suinocultura, é um dos objetivos que a Associação Catarinense de Criadores de Suínos, ACCS, vem buscando dentro de suas funções.
Este objetivo veio ao encontro do projeto de compostagem desenvolvido pela empresa Tecsolution, Soluções Ambientais de Dirnei Ferri, que transforma o dejeto liquido em sólido, num processo de evaporação sem poluir o meio ambiente e reduzindo consideravelmente o volume dos dejetos de suínos.
Nesta plataforma é adicionado todo o lodo resultante do biodigestor ou das esterqueiras e com o auxílio de um condutor, que pode ser capim triturado ou maravalha, realiza o trabalho de fermentação do produto.
Segundo o diretor da empresa, Dirnei Ferri, para cada mil suínos em terminação, é necessário 500 metros cúbicos de fibra. Foi criado por Ferri e também patenteado, um equipamento para revolver o produto e ao mesmo tempo facilitar a evaporação dos 97% de água que se acumula, pelos dejetos de suínos e pelas fibras, restando apenas 3% do produto sólido. Após este processo e o adubo curtido e seco, pode se aplicado na lavoura, em hortas e jardins, se tornando também uma fonte de renda para o produtor que pode embalar e comercializar o produto, que segundo Ferri, por ter grande quantidade de fibras, é o melhor adubo para revalorizar o solo, melhorando sua qualidade.
Numa parceria com a Fundação de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica do Estado de SC, Fapesc, foi possível a execução deste projeto, que num primeiro momento, foi instalado e apresentado em cinco feiras agropecuárias e dias de campo em diversas regiões do Estado, que são elas: Concórdia, Chapecó, Palma Sola, Campos Novos e Braço do Norte. Novamente com recursos oriundos da Fapesc, estão sendo desenvolvidos cinco projetos com a finalidade de adaptar esta nova tecnologia as mais diversas propriedades de produção de suínos.
As propriedades selecionadas são: Renato Bacin em Linha 24 de Fevereiro Concórdia, Paulinho Petkof em Linha São Paulo Concórdia, Ladi Demartini em Alto Cascalho Lindóia do Sul, Pedro Sudstron em Linha Nereu Ramos Arvoredo e na propriedade de Walmir Galelli aqui em Santo Antonio.
Segundo Galelli, a atividade estava se tornando inviável pois sua propriedade está em cima da Bacia do Fragosos e ambientalmente a suinocultura não teria futuro e sozinho não tinha condições financeiras para construir a lera de compostagem ou investir em qualquer outra alternativa de tratamento de dejetos. Quando fui procurado para executar este projeto aqui, não acreditei, porque geralmente projetos oriundos de órgãos públicos, não saem do papel, se perdem no caminho, mas este foi diferente, já está aqui em pleno funcionamento e foi a solução para minha propriedade. Tive que morder a língua e acreditar neste trabalho que deu certo, justifica. Valmir Galelli mostrou ainda que as instalações de sua granja estão um tanto abandonadas porque como para ele a atividade não tinha mais futuro, estava abandonando a suinocultura, mas agora com a instalação da lera de compostagem, está começando a reformar, repovoar e botar as pocilgas pra funcionar.
O presidente da Fapesc, Vladimir Piacentini, disse que o ex-governador Luis Henrique da Silveira, exigiu que fosse buscado solução definitiva para o problema dos dejetos de suínos e quando a ACCS, através do Wolmir de Souza com o pesquisador Dirnei Ferri, me apresentaram o projeto, não tive dúvidas de que seria uma solução viável para o problema e acrescentou, é com muito prazer que vejo aqui o funcionamento dele e só vim parabenizar os executores deste projeto, estamos satisfeitos com o investimento feito e temos certeza de que foi aplicado corretamente.
O presidente da ACCS, Wolmir de Souza, lembrou que conheceu o projeto em Orleans há mais de dois anos, quando Dirnei Ferri o apresentou e despertou seu interesse nesta alternativa, apenas estava em busca de recursos para sua implantação, o que encontrou na Fapesc. Estamos satisfeitos porque é um projeto que saiu do papel e está na prática, melhorando a qualidade de vida do nosso suinocultor, no caso do Galelli, fazendo com que ele permaneça na atividade, é este o nosso objetivo, fixar o homem no campo com sustentabilidade.
Na propriedade de Galelli hoje há 50 matrizes que produzem mais de 40 mil litros de dejetos mensais, onde todo ele vai para a lera de compostagem, onde revolvido junto a maravalha vai transformar o dejeto líquido em sólido, resultando em apenas 3% do volume despejado, podendo ser comercializado para hortas, floriculturas ou mesmo na lavoura.