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Não é preciso ficar à mercê do clima

Produtores dispõem de diversas tecnologias para enfrentar adversidades climáticas. Quem apostou nessas práticas perdeu menos.

Redação (19/01/2009)- O produtor brasileiro, historicamente, aposta na constância de condições de cada época do ano, submetendo-se aos riscos de eventos climáticos anormais da safra. Neste ano, agricultores plantaram cultivares super precoces de soja, acreditando na remuneração da commodity, mas amargaram prejuízos importantes, em função da estiagem que afetou a cultura.

Porém, a atividade agrícola dispõe de meios que podem minimizar os efeitos de adversidades climáticas. Práticas cuja eficiência foi há muito tempo comprovada pela pesquisa e que são recomendadas pela assistência técnica pública e privada. Neste ano, mais uma vez, quem adotou as tecnologias sofreu com menor intensidade os efeitos da estiagem.

Em busca dos ganhos previstos no mercado de commodities, o produtor optou por variedades super precoces de soja, o que lhe garantiria também a possibilidade de plantar o milho safrinha, seguido de uma cultura de inverno. No entanto, a despeito do bom resultado, os materiais precoces se ressentem mais dos estresses hídricos e as perdas são inevitáveis.

""Plantas com ciclo maior conseguem enfrentar melhor a seca"", atesta José Renato Bouças Faria, chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Soja, de Londrina, que trabalha com o zoneamento da cultura. Segundo o pesquisador, plantas com ciclo maior podem garantir melhor resultado numa situação adversa porque têm tempo para se recuperar dos efeitos da estiagem.

Fazer o escalonamento do plantio é uma das alternativas do produtor, que pode também dividir a sua área entre variedades precoces e de ciclo mais longo. Dessa forma, é possível colher mais cedo e se precaver de adversidades como a falta de chuva em algumas fases do cultivo.

Mas o pesquisador elenca uma série de outras práticas que fazem a diferença em qualquer cultura. "Um bom manejo e um bom preparo do solo são fundamentais para o êxito da atividade", afirma Faria. Segundo ele, o plantio direto e a rotação de culturas estão entre as alternativas que o produtor tem à mão.

"Essas duas práticas favorecem a retenção de água no solo, que estará bem estruturado", explica. "Solo bem tratado possibilita o armazenamento de 70 a 100 mm de água, fundamental para a planta sobreviver a um período sem água", completa.

A rotação de culturas é um importante aliado do agricultor. Como as culturas têm exigências distintas quanto a nutrientes e às camadas do solo, a prática possibilita um boa estruturação do solo, o que reflete em boa produtividade.