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O velho e bom esterco da granja

Limão que produz o ano inteiro, café adensado, cana e hortaliças. Todos se dão muito bem com adubo que vem do aviário.

Redação AI 26/05/2003 – Excelente opção de renda para pequenos agricultores, a avicultura também pode ser um bom negócio para médios e grandes produtores. Não tanto pelo lucro da atividade, mas pela grande quantidade de adubo orgânico que produz. Barata e rica em nutrientes, a forração dos aviários, a chamada cama de frango, permite melhorar a produtividade das lavouras com custo reduzido.

É o que garante o agricultor Celso Luiz Pozzobom, de Umuarama, com base em experiência de vários anos. Dono de 42 alqueires em Perobal, Pozzobom cultiva café, limão, cria gado e frango de corte. Todas as lavouras e a pastagem são adubadas com a forração do aviário de onde saem cada 45 dias aproximadamente 15 mil frangos para abate.

””O aviário me dá uma renda de R$ 1 mil a cada ciclo produtivo. Não é muito, mas a grande vantagem está na produção do adubo orgânico que dá suporte para as outras atividades que mantenho””, ressalta.

A maioria dos avicultores da região prefere vender a cama, atualmente cotada a R$ 60 a tonelada. Pozzobom produz em média 135 toneladas do adubo orgânico por ano, tudo usado no próprio sítio. Se fosse vender, arrecadaria R$ 8,1 mil por ano. Para comprar adubo orgânico, teria de desembolsar R$ 75 por tonelada. Ele não revela o faturamento anual da propriedade, mas garante que fatura mais com a economia e a produtividade que o adubo proporciona às outras atividades.

Composição da cama – Mistura de palha de arroz ou maravalha (pó de serra) com excrementos das aves, a cama de frango gera um adubo orgânico rico em uréia e outros nutrientes. Com 15 alqueires de pastagens adubadas com cama de frango, Pozzobom conseguiu aumentar a capacidade de lotação para 7 cabeças por hectare.

A capacidade média das pastagens da região não chega a 3 cabeças/ha. A taxa de desfrute (número de animais abatidos durante o ano) também cresceu 50%. A adubação também garante a produção de um alqueire de cana-de açúcar usado para reforçar a alimentação do gado no inverno.

Nos 4 ha com 20 mil pés de café adensado, o agricultor espera colher este ano pelo menos 800 sacas. Quer atingir a produtividade média na região (200 sacas/ha), adubando a lavoura somente com cama de frango. O cafezal está em fase de recuperação depois de ter sido totalmente perdido com as geadas de três anos atrás.
No ano passado a lavoura rendeu 546 sacas. ””O custo de produção é muito alto e o preço do café está baixo. Se eu tivesse que bancar a fertilização tradicional, os custos ultrapassariam 85% do preço””. Com a adubação orgânica, Pozzobom acredita estar reduzindo pelo menos 50% dos custos.

O que sobra de adubo vai parar nos 600 pés de limão taiti, que segundo o agricultor, dão pouco trabalho e um bom lucro. Pozzobom não tem estimativa da produção e da renda anual do limão porque são muito variáveis.

As plantas produzem o ano todo e toda a colheita é vendida para a Ceasa de Foz do Iguaçu. Para o agricultor, todos os avicultores deveriam aproveitar a cama-de-frango em atividades diversificadas para melhorar o aproveitamento e a renda da propriedade. ””A maioria prefere apenas vender o adubo, mas poderia ganhar muito mais aproveitando o subproduto em outras atividades””, opina.