Redação (26/03/2009)- Após um longo período sem atualização, desde setembro, o Ministério da Ciência e Tecnologia voltou a atualizar o quadro de informações sobre mecanismos de desenvolvimento limpo (MDLs) instalados no Brasil. Dando o longo período, o número de projetos apresenta em salto em relação à medição anterior. Passou de 318 para 346 projetos, que prometem evitar a emissão de 330,72 milhões de toneladas de gás carbônico ou seu equivalente em outros gases que provocam o aquecimento global (CO2e), no período de sete a dez anos.
O MDL é o mecanismo pelo qual os países pobres ou emergentes que não assumiram metas obrigatórias de redução de gases de efeito estufa definidas no Protocolo de Kyoto podem investir em produção mais limpa e obter os chamados créditos de carbono. Cada crédito equivale a uma tonelada de CO2e evitada e está cotado hoje em torno de 10 euros, uma queda próxima de 50% em relação a setembro, por causa da crise financeira mundial.
O maior número de trabalhos brasileiros é desenvolvido na área de geração elétrica e suinocultura (65% dos projetos). Lideram energia renovável (163 projetos), suinocultura (58), aterro sanitário (30). No total, projetam evitar a emissão de 221 milhões de toneladas de CO2e.
A região Sudeste predomina em número de projetos por conta dos Estados de São Paulo e Minas Gerais, com 21% e 14% respectivamente, seguidos pelo Mato Grosso e Rio Grande do Sul, com 9%.
Os projetos limpos têm importante contribuição na geração de energia elétrica, correspondendo já à de uma grande hidrelétrica. A cogeração de energia de biomassa, adotada principalmente pelas usinas de cana-de-açúcar, oferecem 1.111,48 MW; mais do que as hidrelétricas, com 1.102,2 MW; e do que as pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), com 647,86 MW. No total, os projetos de geração de energia inscritos no MDL devem gerar 3.453 MW, incluindo eólica, outras biomassas e biogás.