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Pesquisadores da Embrapa Suínos e Aves discutem produção de suínos e meio ambiente

Assunto será tema do Seminário Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura, em Gramado (RS).

Redação SI 20/04/01 14:25 – Pesquisadores da Embrapa Suínos e Aves, empresa vinculada ao Ministério da Agricultura e do Abastecimento, sede em Concórdia, SC, participam do 9o Seminário Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura, nos dias 25, 26 e 27 de abril, na cidade de Gramado, RS.

De acordo com o pesquisador Carlos Perdomo, em relação à produção de suínos e meio ambiente, os criadores se preocupam mais com os fatores que atuam diretamente sobre os animais do que com as variáveis que ditam os níveis necessários de controle do bioclima local e que influenciam a operacionalidade, a economicidade, o desempenho e a saúde dos animais e dos tratadores.

Desconforto, aumento de doenças associadas à perda da qualidade do ar, da água e do solo, redução do desempenho, maior dependência energética e degradação ambiental, têm sido atribuído a ausência de critérios mais rigorosos para o dimensionamento dos sistemas.

Seja qual for a forma de criação, a suinocultura é atividade de grande potencial poluidor, face ao elevado número de contaminantes gerados pelos seus efluentes, cuja ação individual ou combinada, pode representar importante fonte de degradação do ar, dos recursos hídricos e do solo. A degradação biológica dos resíduos produz gases tóxicos, cuja exposição constante a níveis elevados, pode reduzir o desempenho zootécnico dos suínos e incapacitar precocemente os tratadores para o trabalho, mas o lançamento dos dejetos na natureza sem tratamento prévio, pode causar desequilíbrios ambientais, a exemplo da proliferação de moscas e borrachudos e aumento das doenças vinculadas a água e ao solo.

Essa situação exige a fixação de parâmetros de emissão cada vez mais rigorosos. Os grandes centros produtores de suínos, a exemplo da Europa, afirma o pesquisador, já enfrentam  dificuldades para manter os seus atuais rebanhos, como decorrência do excesso de dejetos, da saturação das áreas para disposição agronômica, da contaminação dos recursos naturais e dos altos investimentos para o tratamento dos efluentes. Essa situação é excelente  oportunidade de crescimento para os países do Mercosul, especialmente o Brasil, que dispõe de clima tropical e extensas áreas para a utilização como fertilizante agrícola.

O trabalho que será apresentado por Carlos Perdomo, discute alguns aspectos da produção de suínos e o seu impacto sobre o meio ambiente, pois, explica o pesquisador,  “a  resolução da questão ambiental será fundamental para a expansão da atividade suinícola brasileira, cuja produção de carne em 1998 foi de 1.699 ton, considerada elevada quando comparada à do Mercosul (1.896 ton), mas bem abaixo de outros centros produtores, a exemplo, do NAFTA (10.755 ton),  UE (16.850 ton), Leste Europeu (3.295 ton) e Ásia (48.358 ton)”.