Redação AI (05/04/2001) – O consumidor está sentindo no bolso o peso da euforia de frigoríficos e abatedouros com a possibilidade de aumentarem as exportações para o mercado europeu. O quilo da carne bovina encerrou março com altas de até 6% e este mês está chegando aos açougues 5% mais caro, uma elevação total de 11,3%. O frango está indo para o abatedouro com alta de até 25% e substituirá nas gôndolas dos supermercados cortes que tinham subido 3,17% de fevereiro para março.
A alta do dólar e o sacrifício de rebanhos inteiros na Inglaterra em decorrência do surto de febre aftosa tornou a carne brasileira mais competitiva no mercado externo e criadores de São Paulo estão mantendo o boi no pasto na esperança de obter preços de abate ainda maiores. Nas últimas três semanas a arroba do boi gordo no mercado atacadista brasileiro saltou de R$ 39,58 para R$ 40,44. A alta de 2,17% em apenas 15 dias reflete só em parte a expectativa dos produtores. Nos contratos futuros com vencimento em novembro, a arroba está sendo negociada a R$ 48,06, preço 21,42% acima do cobrado no fim de março.
Nas granjas, não está sendo diferente. Pesquisas do Procon-SP e do Dieese relativas a preços cobrados em supermercados de São Paulo entre 28 de fevereiro e 30 de março revelam que o aumento de R$ 0,80 para R$ 1 do frango vivo vai repercutir num mercado já inflacionado. No período, o quilo do frango abatido inteiro e resfriado passou de R$ 1,41 para R$ 1,49, uma variação positiva de 5,67%.
De acordo com o consultor José Carlos Teixeira, a redução do número de pintos de corte em março e o aumento das exportações em até 75% neste início de ano em relação ao mesmo período do ano passado deixaram os frigoríficos e abatedouros sem estoque. Ontem, o frango vivo foi vendido pelas granjas de São Paulo por R$ 1,10, 23% acima do preço médio de março.